O deputado Ricardo Valle (PT), que mediou o debate, enfatizou que os “servidores que agora lutam pela continuidade ao direito de um plano de saúde são aqueles que ajudaram a construir a CEB tanto do ponto de vista social quanto econômico”.
O diretor-presidente da empresa, Ari Joaquim da Silva, explanou o histórico do plano de saúde da companhia, que teve início em 1991. Ari narrou que em 1999, o subsídio que a empresa dava ao plano foi interrompido por decisão administrativa e desde então a Associação dos Aposentados e Pensionistas da CEB (ASAPEC) vem tentando reverter a questão. No entanto, segundo o diretor, “esgotaram-se todas as medidas” e “esse assunto chegou ao fim na esfera administrativa, jurídica e política”. Em cumprimento à decisão judicial do TJDFT, de 2015, a CEB fez um plano de transição e criou um novo plano, em acordo com a Lei Federal nº 9.656/1998, explicou. A proposta da empresa é a migração para este novo plano.
Insegurança
Todavia, de acordo com o diretor de benefícios da Fundação de Previdência dos Empregados da CEB, João Carlos Ferreira, cerca de 70% dos beneficiários do atual plano não vão poder aderir ao novo plano porque não terão condições financeiras de arcar com as mensalidades que vão ficar por volta de R$ 1 mil para cada beneficiário com mais de 59 anos. “É um quadro desolador para os aposentados e pensionistas”, os quais, segundo ele prevê, “vão cair na desproteção e insegurança da falta de assistência médica”.
Ainda segundo Ferreira, os aposentados e pensionistas reivindicam também um fundo social para subsidiar os assistidos de menor renda, bem como um auxílio para compra de medicamentos. “Precisamos prorrogar o atual plano até que esses pontos sejam alcançados”, defendeu.
A prorrogação do atual plano e a criação de um fundo financeiro social foi defendida também pelo presidente da ASAPEC, Carlos Luiz Secundo. “Não podemos nos esquecer dos que ficaram amputados e acidentados por causa do trabalho na CEB, que podem ficar desamparados porque não vão conseguir participar do novo plano “, lembrou.
“Eu e a maioria dos aposentados não teremos condições de pagar o novo plano. Queremos uma alternativa viável e nos moldes do plano atual”, reivindicou a aposentada e ex-diretora do Sindicato dos Urbanitários (STIU), Fátima de Maria Souza. “Precisamos prorrogar para tentar negociar porque questões difíceis não se resolvem com facilidade”, declarou o diretor de Administração e Finanças da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (ANAPAR), Jeová de Oliveira.
Para o deputado Wasny de Roure (PT), a gestão da CEB levou a uma expectativa de direito de um plano de saúde. O parlamentar afirmou que reconhece os esforços da direção da CEB, mas não pode “ignorar as condições dos aposentados que vivem o momento em que a pessoa mais necessita de um plano de saúde”.
Reunião – O deputado Agaciel Maia (PR) disse que vai sugerir ao GDF remanejamento de fundos do governo para tentar resolver o problema. Ele levará esta proposta à reunião que ocorrerá no Palácio do Buriti com o governador Rollemberg nesta sexta-feira (17) em que devem participar representantes dos aposentados da CEB e parlamentares da Casa.
Seja o primeiro a comentar on "Aposentados e pensionistas da CEB querem prorrogar o direito ao atual plano de saúde"