Catálogo Arte no Vale do Jequitinhonha ganha edição da Uemg

Catálogo aborda o conjunto de esculturas e peças em cerâmica do Jequitinhonha

Durante o lançamento da publicação, reitor da universidade anuncia o início de processo de construção de novo espaço para a arte

 

A Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) lançou o Catálogo Arte no Vale do Jequitinhonha, agora editado pela Eduemg. A publicação reúne fotos e informações das peças que integram a coleção recentemente doada à Uemg e organizada pela ex-coordenadora do Sistema Nacional de Museus, Priscila Freire.

O conjunto de esculturas e peças em cerâmica desponta em meio ao rico acervo de Priscila, que, junto do falecido marido Alberto Freire, reuniu ao longo da vida dezenas de obras de artistas como Guignard, Amílcar de Castro e Tarsila do Amaral. O evento de lançamento ocorreu na Chácara Santa Eulália, no bairro São Bernardo, em Belo Horioznte.

“O acervo [do Vale do Jequitinhonha] é peculiar não só em Minas, mas no Brasil e, de certa forma, até no mundo”, comenta o reitor da Uemg, Dijon Moraes Júnior, que não esconde sua predileção pelo material. “Faz parte do meu processo enquanto pessoa porque nasci no Vale, em Pedra Azul. Destaquei isso na apresentação do catálogo, enfatizando o universo lúdico, bufo e fantasioso do Vale do Jequitinhonha, cuja cultura mantém tradições como a Folia de Reis, o Boi de Janeiro e o Bicho da Carneira”.

Presente na cerimônia de lançamento, o secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais (SEC-MG), Angelo Oswaldo, aproveitou para homenagear o gesto de doação da colecionadora.  “Temos que aplaudir Priscila. Ela sempre falou que não se trata de generosidade. Eu diria que se trata de consciência cidadã, de solidariedade, de visão cultural, de compromisso com a arte e com a cultura, com a dimensão transcendente da vida. O que fica da vida é exatamente o que conseguimos realizar no plano transcendente da criação artística, da realização cultural. E Priscila sempre teve esse entendimento, assim como Alberto”, disse o secretário.

Priscila contou que a cessão de seu patrimônio à Universidade decorreu de seu profundo interesse por Guignard, cujo legado encontra salvaguarda na unidade da Uemg que leva o nome do mestre. Ela reforçou o apelo de que a comunidade continue o seu esforço memorialista.

“Quando é dito que sou curadora da coleção, na realidade, tenho um tempo limite para conduzir esse trabalho, e que, talvez, não seja tanto assim. Então, quero que vocês sejam testemunhas do que está acontecendo aqui, dos próximos eventos que virão e que possam ajudar a dar continuidade a esse projeto de preservação”, afirmou Priscila.

Ao final, com o acompanhamento de monitores estudantes da Uemg Escola Guignard, os presentes foram convidados a ver de perto a própria Coleção de Arte Popular do Vale do Jequitinhonha, que está abrigada em uma olaria desativada na propriedade de Priscila Freire.

Novo centro cultural

Com nada menos que 53 mil metros quadrados, a Chácara Santa Eulália foi cedida por Priscila Freire, que reside no local, para que a Uemg preserve sua área verde e construa ali, numa área de 2 mil metros quadrados, um centro de experimentação artística. Esse Núcleo Experimental da Escola Guignard terá ateliês, oficinas e residência artística, bem como espaço reservado a exibição de acervo.

Durante o lançamento do catálogo, o reitor Dijon Moraes Júnior anunciou a autorização para o estudo arquitetônico e projeto executivo de um dos anexos que fará parte do futuro complexo cultural. Trata-se de uma área de aproximadamente 220 metros quadrados que servirá ao apoio técnico e administrativo das atividades de Priscila Freire, usufrutuária da chácara, e de seus auxiliares, professores e pesquisadores da Escola Guignard.

Também serão implantados na chácara o Memorial Alberto e Priscila Freire – que abrigará o conjunto de obras que Priscila doou à Universidade em 2014 e que passa por um processo de estudo e catalogação –, além de projetos de inclusão social em conjunto com o Centro Cultural São Bernardo, vizinho à propriedade.

Presenças

Além de professores, pesquisadores e estudantes de artes, participaram do lançamento nomes como Andréa de Magalhães Matos, superintendente de Museus e Artes Visuais (SEC-MG); Ivan Arruda, representando a Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (Fadecit); Tadeu Bandeira, diretor do Centro de Arte Popular da Cemig; a pró-reitora de Extensão da Uemg, Giselle Hissa Safar; o pró-reitor de Planejamento, Gestão e Finanças da Uemg, Adailton Pereira; o chefe de gabinete da Uemg, Eduardo Andrade Santa Cecília; o diretor do Campus Uemg BH, Roberto Werneck; o arquiteto Alonso Lammy, responsável pelo acompanhamento das obras anunciadas para a Chácara Santa Eulália, a ex-diretora da Escola Guignard, Ana Cristina Brandão; o atual diretor da unidade e um dos organizadores do evento, Adriano Gomide.

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