Conjuntura & Atualidade | O pesadelo do Islã


O problema do Islã não são os seus fundamentos teológicos, mesmo porque, o fundamentalismo religioso está presente em outras religiões espalhadas pelo mundo. O grande problema do mundo islâmico é a sua insuficiência em sobreviver competitivamente no capitalismo global. Com a crise do petróleo na década de 70 o paraíso se materializou para uma boa parcela dos países Árabes muçulmanos. Com a descoberta de que o petróleo era uma substância finita e não renovável, o barril saltou de míseros US$ 3,00 para quase US$ 100,00 em poucos anos. Com as “bênçãos” de Alá, a Península Arábica e adjacências passaram a experimentar o melhor dos dois mundos. No plano cultural, graças à eclosão de vários movimentos políticos centralizadores, consolidaram um sistema simbólico alinhavado pelas representações religiosas do Islã.

O significado da palavra Islã é submissão. Para os Muçulmanos, desde Abraão, Alá envia os seus profetas na tentativa de revelar a verdade aos seus filhos. Mas, passando por Moisés, Davi, até Jesus Cristo, as suas revelações foram mutiladas, desfiguradas pelas interpretações às conveniências humanas. Em sua misericórdia suprema, Alá envia o seu último profeta ao mundo para ofertar a redenção as incautas e displicentes criaturas humanas. Porém, tendo como emissário o Profeta Maomé, tais revelações não seriam tão flexíveis quanto as trazidas pelos outros profetas. Com a revelação de Maomé, a verdade fora revelada, cabendo a todos a submissão, aqueles que tivessem contato com a “verdade” e não se submetessem seriam classificados como hipócritas, sendo estes os amaldiçoados por Alá.

É um ledo engano acreditarmos que o mundo Árabe fora controlado pela vilania insana de seus ditadores. O tecido social do mundo Árabe manteve a sua coesão costurada pelos “petrodólares”. A submissão aos regramentos dos governantes se confundia com a submissão às revelações do próprio Alá, a recompensa era distribuída na mesma proporção. O mundo Árabe/Muçulmano conseguiu usufruir de todas as benesses do capitalismo, envolto numa mística sócio religiosa sem correspondência com a realidade.

A grande ameaça ao mundo islâmico não é o “grande satã” e suas doutrinas sacrílegas, mas a capacidade tecnológica desenvolvida por ele. As novas tecnologias desenvolvidas pelos Estados Unidos e Europa, sobretudo, no campo energético, abortaram as esperanças do mundo Árabe em continuar a viver o paraíso no mundo. Com o desenvolvimento de técnicas e equipamentos adequados à exploração do gás e do óleo de xisto, os Estados Unidos se tornaram autossuficientes da dependência de petróleo do Oriente Médio. Somados a isso, ainda tem processo de substituição da indústria do carbono, que avança exponencialmente rumo a produção de fontes de energias limpas e renováveis.

Muitos analistas internacionais afirmam que o mundo islâmico estaria à beira de um colapso de magnitude escatológica. Em quase cinco décadas de hegemonia do petróleo como combustível do mundo, o Islã retroalimentou uma esquizofrenia coletiva criando um foço instransponível entre o plano religioso mítico e o existencial histórico. Com o advento da nanotecnologia e da indústria 3D, associada a deslegitimação do petróleo enquanto alternativa, o Deus provedor do Islã não conseguiria mais contemplar as demandas dos seus seguidores. Cultuar a “submissão” de barriga cheia, com segurança e conectado as inovações da realidade não é um exercício muito difícil. Resta saber se a fé incondicional do islamismo resistirá a precariedade subsistencial da vida. E o pior desse cenário é que, a história nos mostra que é mais fácil responsabilizar o outro do que assumir o prejuízo e novas direções. De um Deus provedor, podemos ter que enfrentar a fúria de um Deus vingativo e colérico.

1 Comment on "Conjuntura & Atualidade | O pesadelo do Islã"

  1. Confesso que não havia pensado o Islã sob esse aspecto

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