De resolução de conflitos online a atendimento médico em casa, startups criam novas tecnologias

Médico em casa, garantia locatícia pela internet, resolução de conflitos on-line e sem ter que acionar a Justiça ou até mesmo saber o horário exato de pegar o ônibus pelo aplicativo. Os consumidores brasileiros estão a cada vez mais adeptos as relações de consumo que promovam comodidade e praticidade. Nesse contexto, startups aproveitam essa demanda crescente e investem em novas ferramentas de serviços. Basta ter acesso a internet e pronto: sua demanda será atendida em alguns minutos.

Pesquisa recente da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em parceria com o Sebrae e o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) aponta que o Brasil é o terceiro lugar no ranking mundial de startups, com 27 milhões de pessoas envolvidas em projetos do setor, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

O mercado é diversificado e hoje consegue atender demandas das mais variadas. Sabe aquela burocracia na hora de alugar um apartamento? Pois é, foi reduzida a um cartão de crédito. O serviço oferecido pela CredPago já está presente em 350 imobiliárias do Brasil, a empresa está avaliada em pelo menos R$ 60 milhões, e tem como um dos investidores o ator Bruno Gagliasso.

“Não precisa assinar nenhum papel ou ir ao cartório, o procedimento é todo pela internet. Em lugar da romaria em busca de documentos, basta apresentar a fatura do cartão de crédito com limite correspondente a, pelo menos, três vezes o valor do aluguel. O inquilino, entretanto, não pode ter restrições nos serviços de proteção ao crédito”, explica o CEO da CredPago, Jardel Cardoso.

Ainda na contramão da burocracia, um grupo de advogados criou uma ferramenta on-line que permite as pessoas resolverem conflitos sem ter que acionar a Justiça. Aliando experiência jurídica à tecnologia, criaram a Vamos Conciliar, uma câmara privada de conciliação e mediação on-line. De lá para cá, do total de negociações realizadas, 400 resultaram em acordos, e mais de 7 mil estão em andamento.

O empresário Matheus Mariani decidiu recorrer à Justiça depois de esperar 30 dias, sem sucesso, pelo conserto de uma fritadeira na assistência técnica da multinacional. Porém, o caso, que poderia levar anos para ser solucionado pelo Poder Judiciário, acabou sendo resolvido pela Vamos Conciliar em apenas uma semana. Por meio do chat on-line disponível no site da Vamos Conciliar, a negociação foi realizada com o representante da empresa, que estava em São Paulo, o cliente, no Espírito Santo, e o conciliador, em Brasília, tudo pela internet.

“Um caso como esse poderia demorar uma média de cinco anos caso tramitasse na Justiça, uma vez que envolveu duas unidades da Federação diferentes, e a comunicação nos processos exigiria o uso de cartas precatórias, ou seja, um tribunal conversando com outro tribunal por meio de correspondências físicas”, observa Mirian Queiroz, coordenadora da Vamos Conciliar.

E quando você depende do transporte público e já sabe, antecipadamente, a hora exata que ele vai passar no ponto de ônibus. Isso já é realidade em algumas cidades, como o Rio de Janeiro. Com celular na mão, é possível reservar poltronas, pagar a tarifa e informar o local onde deseja embarcar. Esse novo jeito de usar coletivos do Rio é possível por meio do aplicativo de celular Moov. A novidade está presente em duas linhas de ônibus executivo da cidade, os chamados frescões. Usuários garantem que a viagem melhorou: ficou mais rápida e segura.

Todos que embarcam têm cadastro a partir do momento que baixam o app, o que reduz a chance de assaltos, por exemplo, além de mais rapidez na viagem, pois o ônibus só para em pontos onde há passageiros para embarcar, diz João Zecchin, CEO da Moov.

Outro aplicativo, o Garupa, oferece serviço de mobilidade para as pessoas se deslocarem de maneira mais rápida e prática pela cidade. Com o aplicativo é possível planejar uma corrida, já saber quanto vai pagar. Os motociclistas são todos credenciados.

E a tal uberização dos serviços não para por aqui. Para evitar horas de fila de um hospital lotado e exposição a diversos tipos de vírus e bactéria, o app Dokter promete atendimento médico em casa, humanizado. Quem usou, aprovou: “Eu estava com meu filho em casa, ele começou a ter uma febre leve. Eu estava sem carro. Acessei o app e me poucos minutos o médico estava em casa. Ficou cerca de meia hora, examinou o meu filho. Me senti bem segura e não tive que expor meu filho”, disse Andressa Rodrigues.

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