Nos últimos anos houve uma sensível diminuição dos períodos de chuvas no Distrito Federal. Na minha humildade ignorância, vejo com preocupação, pois entendo que o fato do deficit de chuva tem interferência humana direta. Não tenho nenhuma dúvida que a crise hídrica vivida pelo DF se deve ao crescimento desordenado e a falta de políticas públicas no gerenciamento da água. Remédio amargo está sendo dado com o paciente já em profunda crise.
No DF não existe nenhum planejamento econômico ou urbanístico que faça prevenção do uso racional da água. Tudo na capital do país é feito de qualquer jeito, ou seja, sem planejamentos e critérios. As políticas públicas não são de Estado e sim de Governos. Onde estão os comitês das bacias hidrográficas que nascem no DF? Eles existem? Não há um Plano Diretor de Recursos Hídricos? Há um diagnóstico sério de tudo que afeta a gestão das águas no Distrito Federal? A população do Distrito Federal está sendo vítima de péssimos gestores públicos.
O fato é que agora vamos chorar o leite derramado. O Distrito Federal vai enfrentar o primeiro racionamento de água da sua história. Precisamos discutir urgentemente o armazenamento, o uso residencial e o desperdício. Precisamos debater as poligonais dos nossos parques e reservas ecológicas que estão sendo invadidos por grileiros, que contam com a omissão dos poderes executivo e legislativo.
A crise hídrica, que teve como consequência o racionamento que deve durar até meados de setembro ou outubro, se deve pela falta de compromisso do Governo do Distrito Federal com a gestão pública. Se deve também ao fato da falta de critérios na urbanização das cidades e, consequentemente, ao crescimento desordenado. Se deve também à falta de políticas públicas de proteção de nossos mananciais e parques ecológicos. Se dá ainda pela intolerância do GDF em não debater a regularização dos condomínios já existentes e, assim, impedir o crescimento e o surgimento de novos condomínios e ação dos grileiros.
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