O labirinto político do governo Rodrigo Rollemberg, por Ricardo Callado

O último ano do governo Rollemberg não será fácil para Rodrigo. Mesmo com a base aliada aparentemente sendo maioria na Câmara Legislativa, ele não deve conseguir aprovar suas propostas.

Dentro do próprio PSB há restrições ao governo isso em meio a baixos índices de popularidade, insatisfação dentro do funcionalismo e uma crise na segurança pública. E outros fatores que geram desgastes, como a crise hídrica que chegou a nível insuportável.

De todas as derrotas que Rollemberg sofreu desde a eleição, a que poderá custar mais caro será o desembarque de partidos que estiveram em seu palanque em 2014, como o PSD, o PDT e a Rede.

O PDT já rompeu com o governo, o PSD diz que não há desembarque porque nunca se sentiu governo e a Rede não engoliu a entrada de uma ala do PSDB na administração de Rollemberg.

Com um discurso de independência do Executivo, Joe Valle (PDT), que liderou a rebelião de parlamentares contra o governo na eleição para a Mesa Diretora da Câmara Legislativa, flerta com a oposição e quer se lançar a um cargo majoritário.

O mesmo acontece com Rogério Rosso, do PSD, e Chico Leite, da Rede. Cada um deve seguir um caminho diferente de Rollemberg.

Parte da crise nas alianças deve ser creditada à incompetência do setor de articulação política do próprio governo. O núcleo duro do governo Rollemberg não possui nenhum político com perfil de negociador e articulador.

Não que sejam maus políticos, ou incompetentes – eles apenas não têm perfil e experiência para fazer a política do ‘varejo’, do dia a dia das negociações com o Legislativo, empresários e movimentos sociais.

Mas a equipe do governo não é a única responsável por esse distanciamento – o próprio governador não participa muito do jogo político. A entrada tardia de Rollemberg na articulação política e a resultante falta de experiência no “varejo” são fatores que prejudicam o desempenho do governo.

A participação dos partidos da base aliada nas decisões do governo particamente não existe no governo Rollemberg, o que ajuda a complicar a situação da governador.

Às deficiências na articulação política somam-se, ainda, os problemas de imagem e carisma do governador – cuja popularidade não para de cair. Apoio popular é muito importante para um governador comandar a sua coalizão de base.

Rollemberg, de fato, não tem o carisma nem a desenvoltura para falar em público, que outros governadores tinham de sobra. E não ter essa capacidade de retórica e articulação a prejudica muito. Não basta ser honesto, é preciso saber falar com o povo.

Além das dificuldades com a base aliada na Câmara, a situação de Rollemberg dentro do PSB também é delicada. Existe uma turma que se revoltou com a aliança com a ala dissidente do PSDB. Isso cria questionamentos à sua habilidade política e modo de governar.

Claro que ninguém é unanimidade dentro do próprio partido. Mas Rollemberg sempre manteve com mão de ferro o PSB, e quando consegue chegar ao poder, não consegue conter a dissdência.

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