OPINIÃO | O maior adversário de Rollemberg é o seu governo

Rodrigo Rollemberg tem vários desafios, administrativos e políticos. Um deles é que a sociedade brasiliense sente dificuldade em entender o governo. E por isso, índices de desaprovação tão altos.

No início, a situação econômica do GDF era a principal causa. Muitas medidas antipopulares e necessárias foram tomadas.

O que se vê hoje são problemas que foram enraizando nos últimos dois anos e meio. Rollemberg montou uma equipe competente e séria, mas que erra na forma e no conteúdo. Não se faz um Governo para atender os anseios da população, mas sim para agradar o governador. Proteção de maneira excessiva; cuidado exagerado.

O governo é refém dele mesmo. Adversário de si mesmo. Há uma redoma que impede o Buriti de se aproximar da sociedade.

Muitas ações têm sido feitas para quebrar essa barreira. No primeiro semestre deste ano nota-se uma mudança no diálogo entre Executivo e sociedade. Na forma de comunicar. É algo que deve refletir a médio prazo na opinião pública. Como o estrago foi grande nos primeiros dois anos, a demora para melhora da imagem é explicável.

Em 2018 é preciso apresentar a sociedade uma coisa que faça sentido, que jogue para cima. Brasília está ansiosa por algo novo e não necessariamente um candidato novo. Que mexa com a imaginação do eleitorado e que seja oferecida uma coisa melhor. O cenário de caos usado por Rollemberg-candidato contra Agnelo Queiroz (PT) agora será narrativa da oposição.

Dá para fazer um bom trabalho, com gestão, planejamento, compromisso com a coisa pública, elegendo prioridades. Planejamento para médio e longo prazo. O governo deve explicar a sociedade o seu planejamento. Um plano de metas não visando simplesmente os quatro anos de administração, mas os próximos anos, as próximas gerações.

Os problemas são muitos. Se formos falar hoje das dificuldades que o Distrito Federal passa, temos problemas na Segurança, Saúde, problemas pontuais na Educação em vários lugares. Problemas com servidor público. Uma crise hídrica.

Brasília não pode voltar ao atraso. O que tem de ser feito? É uma via de quatro mãos. Governo e sociedade. É olhar onde o Buriti errou, porque todo governo erra muito mesmo. E construir um planejamento elegendo prioridade e ouvindo a sociedade.

No jogo político, a fórmula é diferente. Os adversários plantam para desacreditar a reeleição de Rollemberg. Mas não só adversários. Alguns aliados também. A reciproca é verdadeira.

A união da oposição é algo cada vez distante. É conversa, balela. Quem valoriza a força da união da oposição são os próprios governistas, que a coloca maior do que ela é. Não existe hoje um candidato favorito ao Buriti em 2018. Nem o próprio governador. E também não existirá eleição por W.O. Outra fantasia. Lenda política.

O maior adversário do governador hoje é ele mesmo. A oposição fala: “se não houver a união da oposição…”. O cenário não é o ideal. Quanto mais candidatura melhor. Até mesmo para o eleitor poder escolher o melhor projeto, que mais lhe agrada e aquele que seja confiável.

O que se vê muito hoje é pré-candidato jogando conversa fora. O cenário só começa a ser definido no fim do ano, ou começou de 2018. Até lá, Rollemberg terá que vencer seus próprios obstáculos.

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