Técnicos da Casan conhecem processos de combate a perdas de água no Japão

Durante 35 dias, entre julho e agosto, o engenheiro sanitarista e ambiental Trennepohl (do Serviço de Água da Gerência de Operações) e o engenheiro sanitarista e ambiental Paulo Elias (da Divisão de Projetos de Água da Gerência de Projetos) estudaram aquele que é considerado um dos mais bem gerenciados sistemas de abastecimento de água do mundo, modelo universal em controle de perdas de água. No Japão, a média de perda física é inferior a 7%, e em Osaka, cidade sede do curso, os percentuais não ultrapassam 3%.

Acompanhados de 23 profissionais de outros 15 países em desenvolvimento – Nigéria, Quênia, Zâmbia, Etiópia, Sudão, Sudão do Sul, Camboja, Azerbaijão, Egito, Jordânia, Myanmar, Nepal, Timor Leste, Paquistão e Bangladesh -, os brasileiros visitaram também a cidade de Kobe, onde conheceram o sistema de mapeamento de rede da Kobe City Waterworks Bureau, com um cadastro que inclui até as instalações hidráulicas de edifícios e residências.

O curso “Operation and Maintenance of Urban Water Supply” (Operação e Manutenção de Sistemas Urbanos de Abastecimento de Água) foi organizado e financiado pela JICA (Agência Internacional de Cooperação do Japão), em parceria com a Osaka Municipal Waterworks Boureau, empresa que trata e distribui água na cidade de Osaka, a terceira maior do Japão. O objetivo da JICA e da Osaka Waterworks Bureau foi apresentar técnicas utilizadas no Japão que possam auxiliar países em desenvolvimento a reduzir perdas físicas de água, aumentar o faturamento das empresas e possibilitar assim novos investimentos no próprio sistema.

“Mesmo que nem tudo seja aplicável neste momento, muitas técnicas e procedimentos são adaptáveis a nossa realidade, desde que com disciplina e esforço”, diz Trennepohl. O engenheiro da Casan acredita que muitos procedimentos de controle dos Sistemas Integrados de Água (SIA) e das estações de tratamento (ETAs), bem como alguns critérios de operação e manutenção de redes de distribuição e eletromecânica, são bem aplicáveis em Santa Catarina.

Chamou a atenção dos brasileiros os materiais empregados no Japão, como o aço inoxidável utilizado em ETAs, que garantem vida mais longa ao sistema apesar do custo inicial bem mais elevado. Também se destaca no Japão – embora não surpreenda – o grau de informatização, com informações disponíveis permanentemente em sistemas remotos sobre os controles de pressão, vazão e da qualidade da água na rede de distribuição. “Os japoneses valorizam muito o gerenciamento das informações”, observa Paulo Elias. “O cadastro da rede de abastecimento de água é constantemente atualizado e as informações sobre manutenção e substituição de tubulações e válvulas, bem como a implantação de novas redes, são enviadas à área de mapeamento para atualização permanente de cadastro”.

No Brasil – também pelas distâncias maiores entre pontos de captação e pontos de distribuição – a tecnologia utilizada nos sistemas de captação, tratamento e distribuição de água ainda está distante desses números do pequeno Japão, sendo que as perdas físicas são de aproximadamente 30% (as perdas comerciais, ou seja, a água não faturada comercialmente, ainda confundem as estatísticas no Brasil). Em Santa Catarina, as perdas físicas estão em um patamar na ordem de 26 a 28% de perdas, números ainda indesejados, mas equivalentes ao de países como México, Rússia, China e Espanha e menores que os do Uruguai e da Noruega.

PALESTRA – CONGRESSO CATARINENSE DE SANEAMENTO / ENCONTRO TÉCNICO

A palestra “Sistemas de Água no Japão – Breve Relato de Experiência Prática” será apresentada às 10h do dia 1º/9 (sexta-feira), na Sala 1 do Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, Canasvieiras/Florianópolis

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