OPINIÃO | Tocha da Discórdia: festa na rua, protesto nos hospitais

Por Andréa Dutra


A terça-feira (3) foi um dia incomum na capital federal. Pela primeira vez na história, um país da América do Sul recebe uma Olimpíada. E Brasília foi escolhida para ser a primeira parada da Tocha Olímpica no Brasil. Foi uma festa,

Depois de percorrer 105 quilômetros e passar pelas mãos de 143 condutores, a Chama Olímpica acendeu uma pira durante a festa de celebração, na noite de terça.

A festa aconteceu no gramado, em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. Um palco foi montado no local e artistas apresentam desde as 16h.

A ex-jogadora de vôlei e atual secretária de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal, Leila Barros, fechou o revezamento na cidade, sob ovação do público.

Prevista para 20h50, a Tocha chegou às 22h50 na festa, acompanhada por cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia militar.

Antes da presença da Chama Olímpica, o público assistiu shows, apresentações dos patrocinadores oficiais do evento e muitos discursos.

Presente no evento, o governador Rodrigo Rollemberg foi bastante vaiado pelo público.

O governador tem índices de popularidade baixos. É o que dizem as poucas pesquisas públicas. Levantamentos feitos para consumo interno mostram que a situação não está para as bandas do Palácio do Buriti.

Soma-se a isso, uma decisão que revoltou a população. Nem tudo foi festa. Pacientes do Hospital Regional da Asa Norte, que aguardavam há mais de dois anos por uma cirurgia, receberam uma triste notícia.

O centro cirúrgico do hospital foi fechado na segunda-feira (2) e terça-feira (3), devido à passagem da tocha olímpica. Foi uma revolta nas redes sociais. A festa que se viu nas ruas, recebeu protestos fortes na internet, nos locais de trabalho, nas residências dos brasilienses,

Em 2014, lembrou Delmo Menezes, do portal Agenda Capital, Brasília foi uma das sedes da Copa do Mundo, que é considerado o maior evento futebolístico do planeta. E todos os hospitais da rede, ao invés de fechar o centro cirúrgico, tiveram o reforço no atendimento, principalmente o Hospital de Base e o HRAN.

Agora em 2016, a decisão da Secretaria de Saúde do DF de fechar o centro cirúrgico do HRAN, com se fosse um “plano de contingenciamento”, merece repudio.

O governador deveria, no mínimo, demitir o diretor do hospital. E chamar o secretário de  Saúde para cobrar explicações. A não ser que a decisão tenha partido do próprio governador.

 

Só para concluir, por causa da passagem da tocha olímpica, mais de 50 pacientes tiveram suas cirurgias canceladas.

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