Uma estratégia de Estado para o agro ajudar o Brasil sair da crise

Chapecó / Santa Catarina – Uma estratégia de Estado – e não apenas de governo – para o agronegócio brasileiro será a saída do Brasil para grande parte dos problemas nacionais. A manifestação é do ex-ministro da Agricultura e uma das maiores lideranças do agronegócio mundial, Roberto Rodrigues, ao palestrar no “Seminário Estadual de Líderes Rurais” que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina – FAESC promoveu na última semana em Florianópolis, para discutir a atualidade econômica e os novos desafios do agronegócio. Também palestraram Alberto Stringhini e Omar Hannemann.

Com a participação de uma centena de Sindicatos Rurais, o Seminário foi desenvolvido no auditório do Golden Hotel & Eventos, em São José, na Grande Florianópolis.

Em seguida, o engenheiro agrônomo Alberto Stringhini palestrou sobre educação financeira “Orçamento familiar – planejando seu futuro”. Vice-presidente de integração da Facisc, Stringhini exerceu cargo de direção na Sadia por 30 anos e presidiu a Associação Empresarial de Concórdia. Ele expôs que o objetivo do orçamento familiar é dar uma visão dos negócios familiares e facilitar a correta utilização das receitas para sua adequada aplicação. Muitas vezes as famílias assumem dívidas acima da capacidade de pagamento, resultando em endividamento e perda de crédito. “É importante pensar no planejamento em longo prazo, mas, para isso, é necessário equalizar as receitas com as despesas no curto prazo”, orientou.

Às 11 horas iniciou a assembleia geral ordinária que apreciou e aprovou o relatório, da prestação de contas e o balanço patrimonial de 2015. Na sequência houve a assembleia geral extraordinária que discutiu e aprovou o ajuizamento de ação contra a União Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

ALIMENTO E PAZ
Após o almoço, o ex-ministro Roberto Rodrigues prelecionou sobre o quadro econômico nacional e as tendências e perspectivas do agronegócio. Ex-ministro da Agricultura entre 2002 e 2006 e atual coordenador de agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues também é um acadêmico reconhecido, com atuação no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. Foi eleito, em 2004, engenheiro agrônomo da década pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo. Presidiu a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Aliança Cooperativa Internacional (ACI).

Rodrigues abordou os cenários macroeconômicos, a segurança alimentar e o papel do Brasil, a importância do agronegócio brasileiro e os desafios dos novos tempos. Observou que o Brasil faz parte de um grupo restrito de países com grande potencial econômico em razão de três fatores: superfície agrícola com mais de 140 milhões de hectares, PIB maior que 1 trilhão de dólares e  população acima de 80 milhões de pessoas.

Mostrou que a taxa de confiança ainda está baixa em razão das incertezas políticas, retração da atividade econômica (baixo consumo e investimentos paralisados), inflação resistente, taxa de juros ainda elevada, moeda desvalorizada, desemprego crescente, perda de grau de investimento e incerteza cambial. A saída, para o ex-ministro, está no agronegócio porque o Brasil possui tecnologia tropical, disponibilidade de terra e gente capaz e vocacionada.

O Brasil terá um grande papel na contextura mundial porque a segurança alimentar é condição essencial para a manutenção da paz universal. Produzir mais alimentos, aumentando a produtividade e intensificando a sustentabilidade, num contexto de crise é um grande desafio. O Brasil tem condições para ser um player muito importante na missão de garantir segurança alimentar e segurança energética com sustentabilidade, mas, para isso, precisa montar uma estratégia adequada.

Para Roberto Rodrigues, o futuro dependerá de uma estratégia articulada de todo o Estado brasileiro – uma estratégia para o agronegócio que seja uma política de Estado e não apenas de governo.

ENGATE e EMPREENDA
Encerrando a programação, às 15 horas, o professor Omar Hennemann prelecionou sobre “Engate a quinta e empreenda!”. Omar Hennemann é graduado em Administração de Empresas, com mestrado em Inteligência Competitiva pela Universidade de Marselha – França. O atual superintendente do Sebrae em Tocantins foi executivo do Banco Brasil onde trabalhou por 17 anos, tendo sido inclusive superintendente estadual. Atuou como secretário Estadual de Planejamento, secretário Estadual de Indústria e Comércio e secretário Estadual das Oportunidades. Foi diretor técnico e superintendente do Sebrae Tocantins nos anos de 1991 e 1992. Ocupou os cargos de secretário executivo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Nacional (Senar) e presidente da Agência de Desenvolvimento Turístico. Há 15 anos é consultor e conferencista. A proposta da palestra foi discutir a situação econômica do país no momento e indicar caminhos para os empreendedores rurais avançarem, superando as dificuldades da crise atual e alcançando o sucesso de seus negócios.

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