Apoio público à inovação industrial é tratado em conversa com Ministério da Ciência

Para diretor da Finep, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Pedricto Rocha Filho, a descontinuidade de políticas públicas afeta o desenvolvimento das ações voltadas para a inovação

Em encontro realizado com o diretor de inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Pedricto Rocha Filho, o secretário de Estado de Planejamento (Seplan), Gustavo de Oliveira, ressaltou que uma das metas do Governo é trazer para dentro do Executivo estadual parceiros com iniciativas inovadoras para solucionar os desafios da administração pública.

Na oportunidade, ocorrida durante uma conferência na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Pedricto Filho apresentou o panorama da indústria brasileira e falou sobre a importância do apoio público à inovação e o papel da empresa pública nesse contexto.

Estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra, em levantamento que compara dez países, que o Brasil teve o menor aumento em produtividade, com crescimento anual entre 2002 e 2012 de apenas 0,6%. De acordo com o relatório da 8ª edição do Índice Global de Inovação 2015, o País ocupa a 70ª posição em ranking dos países mais inovadores do mundo, piorando nove posições em relação ao ano anterior.

Conforme Filho, a indústria brasileira perde competitividade há uma década e esse cenário coloca em dúvida a continuidade e até mesmo a sustentabilidade dos avanços sociais já obtidos. Segundo ele, o apoio público possui relevante importância na contribuição para a mudança dessa conjuntura. “Em primeiro lugar, criar fundações de apoio à inovação é muito importante para fomentar o setor. Agora mais importante ainda para esse contexto são as políticas continuadas. Uma vez estabelecidas é necessário que seja dada continuidade mesmo com a interrupção da gestão governamental”, disse.

“Acho também importante que haja mobilização de outros segmentos governamentais da parte do Legislativo, a flexibilização do pensamento dos Judiciários sobre a visão da inovação, a importância da ciência e da tecnologia. Através da inovação e do desenvolvimento tecnológico se pode gerar recursos que ajudam a combater problemas de exclusão social”, afirma o diretor.

Oliveira, que também é vice-presidente da Fiemt, lembrou que a base agroindustrial da economia local, fortemente apoiada em um modelo de inovação, teve que se estabelecer como tal para ser competitiva, pois era deficitária em infraestrutura. “Se é verdade que por um lado o Brasil é muito carente em infraestrutura, por outro nos forçou a evoluir tecnologicamente na produção e em produtividade para suprir este ‘gap’. Se Mato Grosso é hoje competitivo na exportação dessas commodities agrícolas é por causa dessa inovação que foi feita por necessidade”, avalia.

Para o presidente da Fiemt, Jandir Milan, uma indústria forte se faz com empresas competitivas e a inovação é um elemento vital para a permanência da competitividade. “Temos convicção que se não há inovação, não há meios para as empresas competirem no mercado mundial. Por isso, é preciso investir em inovação, seja por meio de novos processos, modelos de negócios, serviços ou de produtos. E em períodos de adversidades, como o enfrentado pela economia brasileira nos últimos tempos, é necessário ainda mais investimentos em inovação”, pontua.

O encontro também contou com a participação do secretário adjunto de Tecnologia da Informação da Seplan, Said Ahmad Karfan Neto; e do presidente da Empresa Mato-Grossense de Tecnologia da Informação (MTI), André Kompatscher; além do presidente do Conselho Temático de Inovação e Tecnologia da Fietm (Cointec), Silvio Rangel; do presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV-MT), Carlos Antônio Garcia; do vice-reitor da UFMT, João Carlos Maia; do reitor da IFMT, José Bispo Barbosa; e do diretor do MT Fomento, Mário Milton.

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