Artigo | Oligarquia de Carrapatos

O cidadão sente na pele os danos causados por um governo que suga o bolso dos contribuintes e não oferece em troca serviços de qualidade. É na fila dos hospitais, nas rodovias esburacadas, na falta d´água e nas escolas não construídas que fica nítido o contraste entre a propaganda e a vida real. Em Goiás, o grupo que está no poder há 20 anos já merece uma nova denominação: Oligarquia de Carrapatos.

Os Carrapatos invadiram todas as estruturas do Estado e foram até a sua base com um único objetivo: sugar a máquina estatal, levando a um quadro de anemia completo. E se não bastasse isso, assistimos aos escândalos que se acumulam. Seja na Farra das Diárias de Marconi. seja asfaltando a fazenda de vice-governador, os exemplos são muitos. Hoje podemos comparar Goiás a uma vaca leiteira campeã em produtividade que, nos últimos anos, se viu esquálida, cadavérica, com anemia profunda.

Os números não deixam mentir: Goiás perdeu capacidade de investimento e caiu no ranking nacional da competitividade. Desde 2015 até agora, Goiás caiu três posições e ocupa agora o 13º lugar, aparecendo abaixo da média nacional segundo o Centro de Liderança Pública (CLP).

Os números às vezes podem parecer frios ou distantes para a população. Mas não se engane: ela está atenta. Me deparo sempre que percorro as cidades goianas com pessoas que questionam onde foi parar o dinheiro do Estado. Uma coisa é certa: não estão nas obras públicas. Levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) disponível no site https://geoobras.tce.go.gov.br/ mostra um quadro assustador. De 830 obras (entre hospitais, rodovias, escolas) que o governo iniciou em 2004, apenas 317 foram concluídas – pouco mais de um quarto do total.

O enredo todo mundo conhece: o governo anuncia as obras, faz toda a propaganda, para abandonar tudo depois. Quando se aproximam novas eleições, a Oligarquia de Carrapatos volta refazendo as mesmas promessas. Das 342 obras em andamento atualmente, 255 estão com prazos vencidos e sem conclusão. Existem obras que datam de 2004 e continuam esperando a boa vontade do governo. Até quando?

Em contrapartida, a Oligarquia de Carrapatos continua espoliando as estatais. O goiano assistiu assustado o maior patrimônio de Goiás, a Celg, ser entregue a preço de banana. Vale relembrar essa triste passagem da história do nosso Estado: o governo estadual ficou com R$1,1 bilhão da venda, mas assumiu dívidas de R$ 2,4 bilhões com a Caixa Econômica, R$ 3,7 bilhões com o BNDES, além de renunciar a parte do ICMS por 28 anos. No entanto, para ganhar a qualquer custo em 2014 e atender ao seu projeto de poder, a Oligarquia de Carrapatos anistiou a JBS em quase R$ 1 bilhão, atendida por uma lei que teve a eternidade da maçã: sete dias.

O mesmo caminho segue a Saneago, que este ano viu o feitiço de sua propaganda se virar contra o feiticeiro: embora anunciasse em 2014 nos programas eleitorais comandados por Nerso da Capitinga que, com ou sem chuva, não faltaria água até 2025, os goianos estão vivendo a maior crise hídrica dos últimos anos. Em um ato de desespero, moradores chegaram a invadir um centro de captação de água para encher os seus baldes.

Mas enquanto a população está à míngua e o Estado sucateado, os Carrapatos estão bem nutridos e crescendo patrimonialmente.

O quadro é tão grave que precisa de uma atenção maior quando nos defrontamos com um Estado que sempre foi referência de produção, de trabalho, produtividade e eficiência, mas hoje não consegue manter as condições mínimas de vida dos cidadãos. A insegurança pública, o abandono da saúde e o descaminho da educação completam o quadro de indignação e revolta dos goianos.

E é por isso que o tempo da Oligarquia de Carrapatos precisa mais do que nunca ser combatido com inteligência e determinação da população. Este é hoje o único caminho para que Goiás volte a ter perspectiva de crescimento e de atender as demandas da sociedade em suas necessidades e direitos mais elementares.

Diferente do que pode pensar o governador Marconi Perillo e seus seguidores, cargo Público não é algo para auferir benefícios a quem o ocupa, mas sim atender a sociedade como um todo. Ao se defrontarem com o Estado na situação em que vive – endividamento, corrupção, entrega das estatais, criminalidade disseminada, facções comandando -, os goianos esperavam que o governador Marconi assumisse o enfrentamento da crise que é consequência da sucessão de seus mandatos.

Em vez disso, o governador bate em retirada e manobra por meio da marquetagem para colocar o seu nome como o grande salvador do PSDB nacional, renunciando ao seu mandato e virando as costas para o sofrimento do povo goiano. Tudo para desviar a atenção para um assunto que nada tem a ver com o cargo pelo qual responde.

É importante a sociedade se conscientizar cada vez mais e ter uma maior iniciativa para que no primeiro dia de 2019 possamos iniciar um processo de transfusão de energia, com coragem e trabalho de todos nós goianos. Acreditem: é possível reerguer Goiás e fazer dele novamente um Estado que seja referência de ética, dignidade e respeito aos goianos. Para isso, basta trabalhar em defesa dos cidadãos e oferecer um Estado que funcione, livre dessa Oligarquia de Carrapatos.

Artigo: Senador Ronaldo Caiado(DEM-GO)

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