Bancos apresentam proposta nesta terça; bancários fazem assembleia na quarta

Compromisso foi assumido pela Fenaban em negociação no dia 1º; trabalhadores cobram aumento real, garantia de emprego e manutenção dos direitos da CCT

A semana da categoria bancária vai ser quente. Na terça-feira (7), os bancos devem trazer para a mesa de negociação uma proposta global com índice de reajuste para os salários e demais verbas da categoria. No dia seguinte (8), trabalhadores de bancos públicos e privados se reúnem em assembleias por todo o Brasil para analisar o que for apresentado pela federação dos bancos. Caso a proposta não seja aprovada, os bancários vão deliberar sobre quais serão as estratégias de luta.

“Os negociadores da Fenaban vêm afirmando, desde a entrega da pauta, que querem resolver a campanha na mesa de negociação e antes da data base dos bancários (1º de setembro). Chegou a hora de mostrarem se essa intenção é real”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “De nossa parte, sabemos que os bancos têm totais condições de atender às reivindicações da categoria: aumento real para salários, vales e auxílios, PLR maior, garantia para os empregos, melhores condições de trabalho para acabar com o alto nível de adoecimento da categoria. Além disso tudo, garantir todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), de forma que os contratos precários autorizados pela reforma trabalhista do pós-golpe não atinjam os bancários”, ressalta a dirigente, lembrando que sindicatos e trabalhadores estão mobilizados para proibir que contratos temporários, intermitentes, terceirizados e PJs avancem sobre os empregos do setor.

 

Bancos estão devendo proposta

A Fenaban já deveria ter apresentado, no dia 1º de agosto, uma proposta para os dirigentes sindicais que compõem o Comando Nacional dos Bancários. No entanto, solicitaram debater melhor cada cláusula econômica e de igualdade de oportunidades que compõem a pauta de reivindicações. Assim foi feito, com o compromisso de que uma proposta completa seria apresentada no dia 7.

A categoria espera uma boa proposta com aumento real diante do crescimento de quase 34% no lucro das cinco maiores instituições em 2017, de 20% no primeiro trimestre de 2018 e que segue em alta diante dos balanços do semestre já divulgados.

Além disso, só com a receita de prestação de serviços e tarifas, os cinco maiores que compõem a mesa de negociação (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) cobrem quase 140% do total dispendido em despesa de pessoal, que inclui salários, encargos, benefícios, PLR, treinamentos, provisões trabalhistas etc. Ou seja, pagam todos os funcionários com o que ganham com tarifas e ainda sobra muito. Nos três primeiros meses deste ano acumularam o montante de R$ 32,4 bilhões com a receita de tarifas, crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2017.

“Os bancos estão há cerca de duas décadas acumulando lucros astronômicos. Podem pagar aumento real e devem isso aos trabalhadores. Mesmo em setores menos lucrativos, a proporção de reajustes acima da inflação foi de 84,6% no primeiro semestre de 2018”, ressalta Juvandia.

A categoria cobra também respeito aos empregos. No primeiro trimestre deste ano, houve queda de 13.564 postos de trabalho comparado ao mesmo período de 2017. Desde 2016 já foram extintos mais de 40 mil empregos no setor.

“O Brasil precisa de empregos decentes, com carteira assinada e direitos reconhecidos, para voltar a crescer. E os bancos devem isso à sociedade brasileira que tanto lucro dá ao setor”, completa a presidenta da Contraf-CUT.

 

Dados da categoria

O Brasil conta atualmente com 486 mil bancários (de acordo com a RAIS de 2016), sendo que 47% em bancos públicos. A Convenção Coletiva de Trabalho da categoria já tem 26 anos de existência e é válida até 31 de agosto, já que a data base é 1º de setembro.

Os ganhos dos trabalhadores ajudam a aquecer a economia brasileira e fazem o país crescer. Somente as conquistas dos 504.345 bancários em 2017 – reajustes nos salários, vales e PLR total – movimentaram R$ 8 bilhões na economia brasileira. Em 2017, o reajuste repôs integralmente a inflação (INPC/ IBGE) medida entre setembro de 2016 e agosto de 2017, e garantiu mais 1% de aumento real nos salários, PLR, vales refeição e alimentação e demais direitos econômicos conquistados pela categoria.

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