Brasil é o primeiro país da América Latina a receber certificação internacional em centros de tratamento de urticária

O Brasil integra um seleto grupo de países com esse certificado ao lado de Espanha, Alemanha e Canadá que também contam com o título concedido pela Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica

Os ambulatórios da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ) e da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) são os primeiros da América Latina a serem certificados como centros de referência no tratamento da urticária, doença que vai afetar pelo menos 20% da população em algum momento da vida1. Apenas outros três países receberam esse título de excelência no mundo: Espanha, Alemanha e Canadá. No último mês, o Brasil integrou essa lista seleta e recebeu a certificação internacional em três centros nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Para receber a certificação UCARE (Urticaria Center of Reference and Excellence), os centros especializados em urticária foram avaliados em 32 critérios pré-estabelecidos, relacionados à infraestrutura, ensino, pesquisa, conscientização e aderência aos guidelines internacionais de diagnóstico e tratamento. O objetivo de criar essa rede mundial de referência é aumentar o conhecimento sobre a doença por meio da pesquisa e educação, melhorando o diagnóstico da doença e proporcionando excelência nos tratamentos da urticária. A iniciativa contou com o apoio da farmacêutica Novartis.

Segundo o alergista Dr. Luis Felipe Ensina, corresponsável pelo ambulatório de urticária da UNIFESP, é um grande privilégio contar com esses centros no Brasil trazendo diversos benefícios diretos aos pacientes, já que um ambulatório capacitado proporciona um diagnóstico mais rápido e agilidade na indicação para o tratamento. “Além disso, o atendimento segue o protocolo internacional, o que significa que as pessoas serão atendidas da mesma forma que um país de primeiro mundo, tendo acesso ao que há de mais moderno na ciência e medicina”, explica a Dra. Roberta Jardim Criado, chefe do ambulatório da FMABC.

A certificação é emitida pela rede GA2LEN – Global Allergy and Asthma European Network, que reúne os principais serviços clínicos europeus e instituições de pesquisas na área de alergologia e asma, em associação com a Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (EAACI).

“O desconhecimento faz com que o paciente não procure um especialista e muitas vezes se automedique, mascarando os sintomas ou fazendo confusão entre doenças como urticária e alergias alimentares, por exemplo, o que atrasa o diagnóstico e prejudica a qualidade de vida do paciente”, conclui a médica alergista Solange Rodrigues Valle, chefe do Serviço de Imunologia do HUCFF da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Coordenadora do Ambulatório de urticária e angioedema.

Sobre a urticária

Estima-se que cerca de 20% da população mundial já tenha sofrido com a urticária em algum momento da vida.1 Conhecida popularmente como uma doença de pele alérgica, a urticária pode causar problemas que vão além das lesões avermelhadas e coceira, impactando diretamente a qualidade de vida dos pacientes.2

Existem diversos tipos de urticária e, ao contrário do que muitos pensam, nem sempre a urticária é uma alergia a algum fator externo, como alimentos ou substâncias que tiveram contato com a pele3 As lesões de urticária duram até 24 horas, quando se resolvem sem deixar marcas ou cicatrizes, aparecendo, em seguida, em outras partes do corpo. Nos casos agudos, esse fenômeno ocorre por até 6 semanas,.3 No entanto, na urticária crônica, isso persiste por mais de seis semanas, com as lesões ocorrendo praticamente todos os dias e a doença pode prolongar-se por meses ou anos.4 Cerca de 63-93% das urticárias crônicas são espontâneas, ou seja, acontecem sem que se encontre qualquer fator externo desencadeante, dificultando o diagnóstico e tratamento.4

Nos casos crônicos, o impacto na qualidade de vida já é considerado similar ao de doenças cardíacas e maior do que o causado por outras doenças dermatológicas como hanseníase  e psoríase em placas,5-6

O tratamento é feito à base de antialérgicos e outros medicamentos, como os imunobiológicos, de acordo com a necessidade de cada paciente.4

 Para saber mais sobre a doença, acesse: http://www.urticaria.novartis.com.br/

 

Serviço

Ambulatório da disciplina de alergia, imunologia clínica e reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Rua Pedro de Toledo, 928 – Vila Clementino – São Paulo

 

Ambulatório de Urticária e Alergia a Drogas da FMABC

Disciplina de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC

Av. Principe de Gales,821- Santo André_SP

 

Ambulatório de Imunologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ)

Rua Rodolpho Paulo Rocco, 255 – Cidade Universitária – Ilha do Fundão – Rio de Janeiro

Referências

  1. Criado PR et al. Urticária. An. Bras. Dermatol. vol.80 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec. 2005.
  2. Greaves MW, Sabroe RA. Allergy and the skin. I – Urticaria. BMJ. 1998;316:1147-50
  3. Zuberbier T, et al. EAACI/GA(2)LEN/EDF/WAO guideline: definition, classification and diagnosis of urticaria. Allergy 2009;64:1417-26.
  4. Maurer M, et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria. A GA²LEN task force report. Allergy 2011;66:317–30.
  5. O’Donnell BF et al. The impact of chronic urticaria on the quality of life. Br J Dermatol. 1997 Feb;136(2):197-201.
  6. Silvares MR et al. Quality of life in chronic urticaria: a survey at a public university outpatient clinic, Botucatu (Brazil). Rev Assoc Med Bras. 2011 Sep-Oct;57(5):577-82.

 

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