Conferência Estadual reúne sociedade civil e Governo para discutir políticas de Igualdade Racial

“Mais de 70% da população tocantinense é negra, segundo o IBGE. Somos uma população essencialmente negra, com muitos remanescentes de quilombos que comprovam isso. Então, são vergonhosos os casos de racismo aqui no nosso Estado e, por isso, a criação dessas políticas de combate ao racismo é urgente e prioritária para o governador Marcelo Miranda”, afirmou o secretário de Estado da Cidadania e da Justiça, Glauber de Oliveira, durante a Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, ocorrida na manhã desta terça-feira, 6, no auditório Cuica, da Universidade Federal do Tocantins.

O evento, promovido pelo Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, com parceria da Secretaria de Estado da Cidadania e da Justiça (Seciju), com os objetivos de discutir e criar políticas públicas de Igualdade Racial para serem aprovadas na Conferência Nacional, também contou com a mensagem de abertura da vice-governadora Claudia Lelis, quando reforçou que “a causa negra não é uma causa da minoria, haja vista que a maioria da população do Tocantins é negra, então essa questão é de importância para maioria do Estado”, ressaltou a vice-governadora.

Os membros do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Nuno Coelho e Eliane da Silva, que vieram de Brasília para mediar os espaços de discussão e dar o auxílio necessário no decorrer da Conferência Estadual. “O Governo tem o papel de mediar, dar as condições necessárias para que a sociedade civil possa se reunir, mas é a sociedade civil que, por meio dos conselhos, que precisa criar as políticas para serem aprovadas e aí sim, efetivadas pelo Estado, cumprindo a lei”, explicou o conselheiro Nuno Coelho.

Após a mesa de abertura que também foi composta por representantes dos movimentos sociais e de órgãos institucionais, mediadores e delegados da Conferência se reuniram separadamente, divididos por eixos, para discussão de forma mais ampla em contexto estadual, na perspectiva do enfretamento ao racismo institucional, são: do reconhecimento dos afrodescendentes; da garantia de justiça aos afrodescendentes; do desenvolvimento dos afrodescendentes; e discriminação múltipla ou agravada dos afrodescendentes.

Palestra

Ainda pela manhã, os conferencistas também participaram da palestra magna, ministrada pela coordenadora de Ações Afirmativas da UFT, profª Solange Nascimento. “O tema central da palestra de hoje é o refletir sobre a luta e o combate à intolerância e ao racismo na última década e sobre o reconhecimento do acesso à justiça da população negra”, explicou a palestrante.

Solange Nascimento reforçou ainda a temática, explicando que é necessário trabalhar mais políticas de equidade. “Estamos refletindo aqui sobre esse processo construído no Brasil de uma falsa igualdade racial, pois foi construída na teoria, mas não existe na prática, haja vista que temos uma sociedade racista e desigual, e essa falsa percepção de uma igualdade racial não nos deixa avançar na implantação das políticas de equidade, usando o princípio da equivalência para trabalhar os direitos da população negra de forma justa”, completou.

A 4ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial continua no decorrer do dia, com Formação dos grupos e discussão em sala, aprovação e sugestões de emendas das propostas na Plenária, considerações dos mediadores e eleição para escolha dos Delegados para a Conferência Nacional, às 17 horas.

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