Custo médico-hospitalar variou 61% nos últimos 5 anos, aponta Pesquisa UNIDAS 2016

Nos últimos anos, os gastos com saúde têm aumentado de maneira expressiva em proporções sempre maiores que a inflação convencional. Dados da Pesquisa UNIDAS 2016, lançada nesta segunda-feira dia 12, mostram que o custo médio per capita para cobertura médico-hospitalar variou 12,6%, sendo que o acumulado nos últimos 5 anos foi de 61%.

 

Transformando isso em números absolutos observamos que somente o segmento de autogestões movimentou recursos com as despesas assistenciais (sem custo administrativo) no montante aproximado de R$ 20 bilhões em 2015. O mercado de saúde suplementar como um todo compreende mais de R$ 130 bilhões por ano, valor esse superior ao sistema público (SUS).

 

Segundo o vice-presidente da UNIDAS e responsável pela pesquisa, João Paulo dos Reis Neto, a inflação saúde decorre de dois fatores: a utilização dos serviços e o aumento dos custos dos procedimentos médico-hospitalares. “O investimento em prevenção é uma alternativa importante para controle dos gastos e também aumento da qualidade de vida do beneficiário”, ressalta.

Dos R$ 20 bilhões gastos ano passado, em torno de R$ 10 bilhões foram com internações. Destas, 21% poderiam ter sido evitadas, segundo o levantamento, ou seja, com potencial para redução de despesas de cerca de R$ 2 bilhões ao ano.

Historicamente, as autogestões já investem em programas de promoção da saúde e prevenção de complicações das doenças, especialmente as crônicas. Das entidades pesquisadas, 60% têm programas de prevenção, como diabetes, dieta e nutrição, programa de gestantes, hipertensão, combate ao estresse, tabagismo, doenças infecciosas, obesidade e saúde mental.

As autogestões, por sua característica própria de atender também a aposentados, possui em suas carteiras um grande número de idosos, quase 3 vezes superior aos planos com fins lucrativos. Isso tem forte impacto na utilização e consequentemente nos custos dos planos, especialmente com exames e internações, como ficou demonstrado na pesquisa.

“A sustentabilidade das autogestões é um grande desafio, o que torna ainda mais urgente e essencial a revisão do modelo assistencial atual. Por conta disso a UNIDAS tem investido, de maneira global, na revisão do modelo atual, estimulando suas filiadas a um fortalecimento da atenção primária à saúde, que hoje ainda é carente, e a revisão do modelo de pagamento (pagamento por serviço prestado)”, explica João Paulo. “Uma atenção primária de qualidade é muito importante para melhorar a assistência e evitar procedimentos desnecessários, como, por exemplo, internações”, complementa.

Levantamentos da CAPESESP, operadora filiada à UNIDAS, mostram a redução de 28% das internações com a adoção de ações e estratégias voltadas para priorizar determinadas causas e grupos etários e implantação de assistência farmacêutica e monitoramento contínuo de algumas doenças crônicas.

Sobre a PESQUISA UNIDAS

Desde 2000, a UNIDAS promove, anualmente, a realização de uma pesquisa entre entidades filiadas e não filiadas, com o objetivo de conhecer o perfil das instituições de autogestão em saúde. Esta publicação consagrou-se como um importante referencial para identificar as tendências do mercado e auxiliar a tomada de decisões, sendo utilizada por todos os componentes do segmento privado da saúde, inclusive pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A pesquisa traz dados desde inflação médica até ranking das causas mais comuns em internações. Este ano, ela contou com 58 filiadas participantes, totalizando mais de 3 milhões de beneficiários. O ano base é 2015.

Sobre a UNIDAS

A UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde é uma entidade associativa sem fins lucrativos, que tem por missão promover o fortalecimento do segmento da autogestão em todo o território nacional, fomentando a excelência em gestão de saúde e a democratização do acesso a uma melhor qualidade de vida dos seus 5,5 milhões de beneficiários – que correspondem a 11% do total de vidas do setor de saúde suplementar -, contribuindo para o aperfeiçoamento do sistema de saúde do País. Atualmente, a entidade congrega cerca de 130 operadoras de autogestão.

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