Dia do Idoso: diabetes e idade avançada são fatores de risco para o glaucoma

Doença é a maior causa de cegueira irreversível no mundo e atinge de 2 a 3% das pessoas acima de 40 anos no Brasil

No próximo sábado, dia 1º de outubro, o Brasil comemora o Dia do Idoso. Nesta fase da vida, é comum o surgimento de doenças como o glaucoma, doença da visão associada ao aumento da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, compromete a visão e pode levar a cegueira irreversível, caso não seja tratada.

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), estima-se que cerca de 2% a 3% da população brasileira acima de 40 anos pode ter glaucoma. Os dois principais tipos da doença são o de ângulo aberto, que corresponde a 90% dos casos, tende a ser hereditário e se desenvolve de forma lenta, gradual; e de ângulo fechado (agudo), provocado pelo bloqueio súbito dos canais lacrimais que podem ocasionar dores de cabeça, dor no olho, auréolas de arco-íris ao redor das luzes, náusea e vômitos.

O glaucoma de ângulo aberto é mais comum e em 80% dos casos não apresenta sintomas antes de provocar algum nível de perda visual. Por esta razão, ele pode ser diagnosticado tardiamente se o paciente não mantiver uma rotina de acompanhamento médico com um oftalmologista.

“À medida que envelhecemos, o corpo fica mais suscetível ao desenvolvimento de algumas doenças como o diabetes, que podem elevar a pressão ocular. Quanto maior ela for, mais elevadas são as chances de lesão do nervo óptico e consequente perda do campo visual. Por isso, os cuidados preventivos e o acompanhamento médico permanente são essenciais”, enfatiza o oftalmologista da Oftalmed, Jonathan Lake.

Também estão mais sujeitos à doença pessoas negras (que naturalmente também têm maior propensão ao desenvolvimento da hipertensão arterial), com histórico familiar de glaucoma, portadores de alta miopia e usuários crônicos de colírios com corticoides.

A periodicidade do acompanhamento médico especializado deve ser o mais individualizada possível e indicada por cada profissional de acordo com a situação de saúde do paciente. Em geral, a recomendação é visitar o oftalmologista para exames de rotina pelo menos uma vez ao ano.

COMER VERDURAS DIMINUI RISCO – Um estudo conduzido pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos, concluiu que comer verduras diariamente – especialmente folhas verdes – pode diminuir o risco de desenvolver glaucoma em 20% ou mais ao longo dos anos.

A pesquisa acompanhou 64 mil pacientes entre os anos de 1984 e 2012 (Nurses Health Study) e outros 41 mil entre 1986 e 2014 (Health Professionals Follow-up Study). Todos tinham mais de 40 anos e nenhum era possuía a doença no início.

Após 25 anos de acompanhamento, 1.500 pessoas desenvolveram glaucoma. Descobriu-se, então, que o grupo de pessoas que incluiu mais folhas verdes em sua dieta foi mais beneficiado. A explicação está na influência desses alimentos no fluxo sanguíneo.

O glaucoma é influenciado pelo fluxo de sangue no nervo óptico e uma substância chamada óxido nítrico desempenha papel importante neste processo porque induz o relaxamento muscular próximo aos vasos sanguíneos e origina a vasodilatação. Como as saladas e verduras contêm nitratos – que são precursores do óxido nítrico – elas fazem bem à visão.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – Alguns testes são fundamentais para diagnosticar a presença de glaucoma, a exemplo do exame do fundo do olho, do mapeamento de retina, da medida da pressão intraocular (tonometria), da espessura da córnea (paquimetria) e exame de campo visual.

A depender do caso, é preciso avaliar as variações da pressão intraocular fazendo a sua medição fazer em diferentes horas do dia com um teste chamado Curva Tensional Diária (CTD). Outros exames podem ser solicitados pelo médico de acordo com a necessidade.

Apesar de não ter cura, o glaucoma pode ser controlado e, por isso, é essencial seguir à risca o tratamento médico que for recomendado pelo especialista, seja ele por meio do uso colírios, de intervenções feitas com laser ou cirurgias.

SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA (Fonte: Ministério da Saúde)

  • Pessoas com histórico familiar de glaucoma têm cerca de 6% de chance de desenvolver a doença.
  • Os diabéticos e negros são mais propensos a desenvolverem glaucoma de ângulo aberto – em geral, este tipo de glaucoma não apresenta sintomas e o paciente não sente dor e perde lentamente a visão.
  • Já os asiáticos têm maior tendência a desenvolverem glaucoma de ângulo fechado, forma da doença em que ocorre um rápido aumento da pressão do olho. Os sintomas podem incluir dores oculares e dores de cabeça intensas, olhos avermelhados.
  • A prevalência de doenças oculares que levam ao comprometimento da visão cresce com o avanço da idade. As taxas maiores de cegueira e baixa visão são observadas com o aumento da vida média da população.
  • Na população com mais de 50 anos de idade, as principais causas de cegueira são a catarata, o glaucoma, a retinopatia diabética e a degeneração macular (perda da visão no centro do campo visual, a mácula).

 

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