Doenças recorrentes no período chuvoso não impedem doação de sangue

No mês de fevereiro os estoques dos bancos de sangue em todo país tendem a baixar, principalmente pela ausência de doadores durante o carnaval. O período traz ainda aumento na demanda por causa do número de acidentes que costumam ocorrer no período. Os casos de gripes, as viroses e a dengue também afastam os doadores dos hemocentros. A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) esclarece as dúvidas dos usuários em relação à influência destas doenças sobre a doação de sangue.

“Sabemos que este é um período em que as pessoas comparecem menos ao hemocentro devido às chuvas, viroses e dengue, que ocorrem principalmente nesta época do ano, mas pedimos que elas não deixem de comparecer. A demanda vinda dos hospitais e também de pacientes portadores de anemias é alta e contínua. Qualquer baixa no estoque é sentida no atendimento”, explica a gerente de Captação de Doadores do Hemopa, Juciara Farias.

Com o aumento dos casos de febre amarela em algumas regiões do país, a população tem buscado por este tipo de imunização. A Secretaria de Saúde Pública já declarou que a doença está sob controle no Estado em função do alto índice de imunização, principalmente na infância. No entanto, quem decidiu tomar o reforço da vacina e quer fazer a doação de sangue deve se atentar aos períodos necessários para doação.

“É necessário que a pessoa doe o sangue antes da vacinação, pois de acordo com o Ministério da Saúde existe uma recomendação para que o paciente aguarde um mês antes de fazer a próxima doação. Como estamos com baixa nos estoques, esta seria uma estratégia melhor, principalmente para quem aguarda a doação”, diz o coordenador de Hemoterapia do Hemopa, Carlos Victor Cunha.

Critérios

Quem está disposto a doar sangue passa pela triagem, na qual são investigados os históricos de doenças que possam, de alguma forma, comprometer a qualidade do sangue. No caso da dengue, chikungunya e zika, o período recomendado é de 30 dias após a cura da doença. Para a dengue hemorrágica – considerada mais grave – é necessário aguardar por seis meses para total recuperação do paciente.

“Febre amarela, dengue, chikungunya e zika têm a possibilidade de transmissão pelo sangue. No caso das duas últimas, ainda não há estudos específicos para afirmar totalmente este tipo de risco durante a transfusão de sangue, mas devido à possibilidade de isso ocorrer, optamos por aplicar períodos de quarentenas aos doadores”, detalha o coordenador.

Todas estas informações são repassadas durante o atendimento aos doadores para esclarecer qualquer tipo de dúvida. Uma das mais frequentes é se a doação enfraquece as defesas do organismo. O Hemopa garante que isso é um mito, pois a doação não deixa os pacientes enfraquecidos ou suscetíveis a doenças. A única recomendação é que se alimentem antes e depois de doar.

Valdir Ferreira, 48, já frequenta o hemocentro há mais de dez anos. Esta semana ele decidiu fazer a doação por aférese, um método que separa as células do sangue (plaquetas, hemácias, etc) e demora em média uma hora. A doação convencional dura de cinco a dez minutos. Ele sempre passa pelas entrevistas e aproveita cada doação para checar as condições do sangue. “Essa doação vale a pena porque sei o quanto as pessoas precisam. Já frequento o Hemopa há muito tempo e venho voluntariamente sempre que posso. Decidi fazer essa doação desta forma devido à necessidade do banco de sangue. Muitas pessoas poderiam ter essa atitude também”, diz.

O impedimento permanente de doação só ocorre em casos mais específicos, como por exemplo a contaminação pelo vírus HIV, hepatite B, vírus linfotrópico da célula T humana (HTLV), que é um dos causadores de câncer e linfomas. “Também estão impossibilitadas de doar pessoas que tiveram doença de chagas, hanseníase ou histórico de doença cardíaca ou neurológica.  Nossa equipe estará ponta para esclarecer qualquer dúvida”, afirma Victor Cunha.

Serviço: A Fundação Hemopa fica na Travessa Padre Eutíquio, 2.109, em Batista Campos, e a Estação de Coleta Hemopa-Castanheira no térreo do Pórtico Metrópole (BR-316, km 1). As coletas são feitas de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h, e aos sábados, das 7h30 às 17h. Mais informações pelo telefone 0800-2808118.

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