Eleições 2018 | A disputa pelo GDF e os embalos de um sábado político

Os acontecimentos políticos deste sábado (28) poderão ser determinantes nos arranjos partidários para o embate eleitoral do Distrito Federal. A fogueira das vaidades esquentou a temperatura da disputa interna, do que restou do grupo político que, segundo Jofran Frejat, tanto o infernizou.

MDB, DEM, PR, PP e PSDB não mais caminharão juntos, como tanto tentaram fingir durante longos meses. A saída de Frejat do páreo (por vontade própria) renovou as esperanças dos deputados Fraga e Izalci de serem os escolhidos para assumir a candidatura ao GDF em nome da coalizão, no entanto, surgiu novamente Ibaneis Rocha, o ex-presidente da OAB-DF, como imposição do MDB para ocupar a cabeça de chapa.

Rocha, que em fevereiro deste ano, já havia desistido de disputar as eleições, para agora ressurgir, de um milionário tour na Europa, incluindo a Rússia da Copa do Mundo, com espírito croata de que não abre a cabeça de chapa nem para um trem carregado de pólvora com um doido fumando em cima.

Nessa empreitada, Ibaneis Rocha abriu sua caixa de ferramentas para mostrar uma faceta truculenta no trato com seus até então correligionários. O coronel Alberto Fraga foi o primeiro a pular fora do projeto Ibaneis, seguido pelo cabeça quente e dura, Izalci Lucas. Já o PR de Flávia Arruda e seu marido José Roberto Arruda, aproveitou o “racha” e tentou juntar a insatisfação de Fraga e Izalci para tentar construir a chapa com os dois.

O saldo da última reunião do sábado a tarde foi a de que nenhum dos dois se dispõe a ser vice do outro, e pelo jeito não há mais clima para tentar juntá-los.

As portas também estão fechadas para Tadeu Filipelli. Padrinho, incentivador e criador da candidatura Ibaneis Rocha é responsabilizado por todos pelo desmonte do projeto Frejat. No meio dessa confusão toda, Filipelli e Ibaneis lançaram o factoide da candidatura a vice de Anna Christina Kubitscheck, esposa de Paulo Octávio e neta do ex-presidente JK.

Anna Christina, que viaja pelo exterior, foi surpreendida pelos jornais que noticiaram sua participação na chapa. Primeiro porque não mais deseja entrar na política, muito menos para acompanhar um candidato que ela sequer conhece. É certo que não deu certo a estratégia açodada de Ibaneis e Filipelli de tentar levar o sobrenome Kubitschek para o olho do furacão.

A esposa de P.O.está fora desse projeto.

A desarrumação do cenário, talvez seja maior na questão das candidaturas a deputado  federal: O MDB, que tenta eleger Filippelli como federal, precisa segurar o PP, comandado por Roney Nemer (seu fiel escudeiro), para poder atingir o coeficiente eleitoral suficiente para garantir a eleição de um único candidato.

Para tanto, Celina Leão e Olair Francisco precisam aceitar que serão “buchas de canhão” de Filippelli, na medida que se supõe que Tadeu terá mais votos que os dois. Tal situação decorre do esvaziamento do “chapão”, com a saída do PR de Flávia (puxadora de votos) e de outros partidos menores, a exemplo do PHS, cai para 1 o número de eleitos nesse campo. E aí cabe perguntar, se Roney Nemer, na qualidade de presidente do PP, irá cumprir seu papel partidário de tentar eleger pelo menos 1 deputado federal ou manterá uma postura subserviente à Filipelli, para entregar os votos pepistas para elegê-lo.

Confusão também enfrenta a empreitada de Rogério Rosso. Até o momento, não tem funcionado a pressão que Rosso e seu presidente Gilberto Kassab tem feito na cúpula nacional do PSDB, no sentido de trazer os tucanos para uma aliança no DF. Não contavam que no meio do caminho tinha um careca e tinha um careca no meio do caminho (saudades de Drummond).

Outro problema grave para as pretensões do pessedista Rosso é o PRB, que tem tudo para larga-lo no mato da altura que ele manteve durante seu governo tampão. Fiado na palavra de Wanderley Tavares, que parece já não dar as cartas nesse processo, Rosso pode perder o apoio do PRB se não conseguir formar uma coligação que garanta o conforto para a eleição de deputado federal do atual distrital Júlio Cesar (PRB).

Problema também é o PPS de Cristovam Buarque, que já não enxerga em Rosso as qualidades necessárias para atender as expectativas da maioria da sua tradicional executiva local.

Lembrando que hoje é domingo e o prazo final das convenções partidárias está perto de encerrar, muitas novidades estão por vir. Vale a pena esperar.

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