Eleições nos EUA têm recorde de candidatas na disputa

Foto: Divulgação

Democrata muçulmana pode se eleger pelo estado de Michigan

Por Leandra Felipe

Os Estados Unidos registraram um número recorde de mulheres candidatas ao Congresso e aos governos estaduais. Pelo menos 11 mulheres estão confirmadas para a disputa aos governos estaduais. A quantidade pode ser ainda maior, pois existem 16 mulheres disputando primárias em convenções estaduais.

O recorde anterior foi em 1994, quando 10 mulheres disputaram as eleições estaduais dos Estados Unidos. Já está confirmado também o número de indicadas para 185 cargos na Câmara de Representantes (equivalente à Câmara de Deputados), superando o resultado de 2016, que teve 167 mulheres candidatas.

O levantamento é do Centro de Mulheres Americanas na Política da Universidade de Rutgers (em inglês, Center for American Women and Politics at Rutgers University).

As aspirantes aos cargos legislativos podem ainda aumentar, porque segundo o levantamento da universidade, ainda há 94 pré-candidatas nas primárias desta semana. As primárias em quatro estados confirmaram o recorde de candidaturas femininas.

Perfis

Já foram escolhidas as democratas Gretchen Whitmer e Laura Kelly que venceram, respectivamente, as disputas nos estados de Michigan e Kansas. As primárias do Missouri e de Washington também confirmaram mulheres para a disputa.

O perfil das candidatas também é diverso. No Kansas, a atleta de artes marciais Sharice Davids, 38 anos, pode ser a primeira mulher nativa americana eleita para o Congresso.

Rashida Tlaib deve se tornar a primeira mulher muçulmana eleita para o Congresso dos Estados Unidos. Deputada experiente, ela venceu as eleições primárias pelo Partido Democrata no estado do Michigan.

Na Geórgia, a candidata afro-americana Stacey Abrams, 44 anos, também fez história ao ser escolhida a primeira mulher a disputar as eleições pelos democratas no estado – que desde 2003 elege apenas democratas para o governo.

Para analistas políticos, o maior engajamento de mulheres nas eleições deste ano está relacionado à vitória de Donald Trump em 2016. O chamado “efeito anti-Trump” e a derrota da candidata democrata Hillary Clinton acabaram motivando mulheres a se engajar na disputa deste ano.

A Universidade de Rutgers acrescenta que há uma associação direta entre o número elevado de eleitoras mulheres e candidaturas femininas.

Diferenças

O partido Democrata ultrapassou o recorde de indicação de mulheres para a Câmara. Até agora 143 representantes do partido foram indicadas candidatas, mais que o triplo de republicanas, que tem 42 mulheres registradas até o momento.

A porcentagem de democratas na Câmara de Representantes vem aumentando desde a década de 1960, após uma queda 4% no início da década, para cerca de 32% em 2018. Por outro lado, a participação de mulheres republicanas vem sendo mais lenta, segundo a análise do centro.

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