Especialista da Sesau alerta para risco da leptospirose devido a alagamentos

Ao entrar em contato com água contaminada, população deve estar protegida

 

Com as chuvas que atingiram Maceió ao longo desta quinta-feira (15), aumenta o risco de contrair doenças infecciosas por entrar em contato com água acumulada e lama, em decorrência dos alagamentos. A principal e mais preocupante delas, segundo Carlos Eduardo da Silva, assessor de Vetores, Zoonoses e Fatores Ambientais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), é a leptospirose, causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de ratos e outros animais.Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), só no ano passado foram confirmados 71 casos da doença. De acordo com ele, a incidência de leptospirose aumenta durante os períodos chuvosos, principalmente em pessoas que moram em áreas mais vulneráveis, onde há muito lixo acumulado e proliferação de ratos.

“Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminada poderá se infectar. A Leptospira penetra no corpo através da pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão”, explicou Eduardo.

Pelas características, muitas vezes, o quadro clínico é confundido com uma gripe e a doença acaba sendo subdiagnosticada. Muitos sintomas sugerem um quadro gripal, por isso a doença nem é investigada e tratada, porque as pessoas sequer procuram tratamento, segundo o assessor.

 

Sintomas

 

A recomendação é que, ao entrar em contato com água e começar os sintomas, tais como febre, dor de cabeça intensa, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), podendo ocorrer icterícia rubínica (coloração alaranjada da pele e das mucosas), o paciente procure o serviço de urgência mais próximo de sua residência para afastar a possibilidade de leptospirose. Ou, em caso de confirmação, fazer intervenção com antibióticos e bastante hidratação para deter o quadro mais grave da doença.

Nas formas mais graves são necessários cuidados especiais, inclusive internação hospitalar. De acordo com Carlos Eduardo da Silva, o paciente não deve se esquecer de contar ao médico o seu contato com a água ou lama contaminada, visto que só um especialista é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.

“A leptospirose é uma doença curável, e o diagnóstico e o tratamento precoce são as melhores soluções”, orientou. Os sinais podem aparecer de um a 30 dias depois do contato com a água contaminada. Contudo, na maior parte dos casos, aparece de 5 a 7 dias após o contato, podendo evoluir para óbito, caso o tratamento não seja iniciado em tempo oportuno.

 

Como evitar a doença

Carlos Eduardo da Silva salientou, ainda, que a população deve evitar o contato com água ou lama das chuvas e impedir que crianças nadem ou brinquem em ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos.

Pessoas que trabalham no recolhimento de lama, entulhos e no desentupimento de esgoto, devem usar botas de borracha (se isto for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). Também são necessárias medidas ligadas ao meio ambiente, tais como o controle de roedores, obras de saneamento básico e melhorias nas habitações humanas.

Ele frisou que, se o contato com água contaminada for inevitável, a única forma de minimizar riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em contato. Caso a água suja inunde as residências, será necessário lavar com sabão em pó ou liquido e desinfetar o chão, as paredes, os objetos caseiros e as roupas atingidas com água sanitária.

Depois, enxaguar o ambiente e objetos com água limpa, uma vez que as Leptospiras podem sobreviver no ambiente até semanas ou meses, dependendo das condições de temperatura e umidade.

Seja o primeiro a comentar on "Especialista da Sesau alerta para risco da leptospirose devido a alagamentos"

Faça um Comentário

Seu endereço de email não será mostrado.


*