Governo do Distrito Federal distribui 40 mil máscaras e conscientiza população sobre Covid-19

Ação se concentra nas quatro cidades onde avançam os casos confirmados da doença: Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Samambaia e Estrutural

Atendendo orientação do governador Ibaneis Rocha, o Governo do Distrito Federal realiza uma grande operação neste domingo (31) para conscientizar a população em relação às medidas protetivas contra a infecção do coronavírus, em especial o uso da máscara facial, e de fiscalização ao funcionamento do comércio. A ação se concentra em quatro cidades onde os casos confirmados de Covid-19 avançam e recebem mais atenção do governo: Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Samambaia e Estrutural. Ao todo, 40 mil máscaras de tecido foram distribuídas para a população dessas cidades.

“Precisamos de colaboração da sociedade. É preciso observar as regras do funcionamento do comércio. Aquilo que não está autorizado não pode abrir”José Humberto Pires, secretário de Governo

A força-tarefa mobilizou mais de 100 servidores de diferentes órgãos como a Secretaria de Governo, o DF Legal, Corpo de Bombeiros, polícias Civil e Militar e Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF), além dos funcionários das administrações regionais das quatro cidades. Em todos os dias da semana que se encerra o GDF distribuiu máscaras nessas cidades, uma média de 5 mil por dia.

“Vivemos um momento importante no combate à essa doença e precisamos de colaboração da sociedade. É preciso observar as regras do funcionamento do comércio, aquilo que não está autorizado não pode abrir. E a população tem que usar a máscara, que protege a si e ao próximo, observar o distanciamento, o uso do álcool gel, a medição de temperatura”, afirmou o secretário de Governo, José Humberto Pires, que coordenou a ação.

“Com a adoção de todas as medidas mitigadoras recomendadas, vai dar certo. E precisamos que dê certo”, completou.

Equipe do DF Legal chega à Feira Central de Ceilândia para começar os trabalhos | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

De acordo com o secretário do DF Legal, Gutemberg Tosatte Gomes, os servidores do órgão fazem fiscalizações diárias no DF com um caráter educativo. Mas, neste domingo, o orientação era fechar estabelecimentos comerciais que fossem flagrados em funcionamento sem autorização. “A obediência às regras vai muito além de fazer cumprir uma legislação. Trata-se de preservar vidas”, ressaltou.

A Ceilândia registra 955 casos e lidera a lista de cidades com o maior número de contaminados por coronavírus. Lá, a equipe começou o trabalho pelos arredores da Feira Central, região que concentra uma grande circulação de pessoas.

Havia uma fila de moradores na porta da feira, que tem o acesso controlado. Mas o desrespeito às regras acontecia do lado de fora, com a venda de frutas por dezenas de vendedores ambulantes, o que é proibido.

Agentes do Corpo de Bombeiros reforçaram o mutirão do governo no domingo de sol | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Aglomeração

Os fiscais conversaram com os ambulantes e pediram que eles recolhessem as mercadorias e deixassem o local. Até o fim da manhã, no entanto, os agentes do DF Legal apreenderam os produtos de cinco vendedores que ignoraram os pedidos e retornavam ao local, depois de simular uma retirada. No Sol Nascente/Pôr do Sol, uma partida de futebol em um campo sintético foi interrompida, uma aglomeração em uma pista de skate foi dispersada e um bar, aberto com uma mesa de sinuca funcionando, foi interditado.

O administrador de Ceilândia, Marcelo Piauí, lamentou que a população ainda ofereça resistência às medidas sanitárias para a prevenção da Covid-19. “Nossa cidade é a maior região administrativa do DF. É uma cidade grande e as pessoas gostam de ir para a rua, conversar, ir à feira, é cultura. Mas esse não é o momento de sair de casa e é isso que eu tenho dito”, enfatizou.

Administrador do Sol Nascente/Pôr do Sol, Goudim Carneiro também argumentou que manter as medidas de proteção na cidade, principalmente o distanciamento, muitas vezes é um desafio. “Temos lotes aqui onde moram 20 pessoas, residências com dez pessoas. O tratamento aqui tem que ser diferenciado”, defendeu.

Populares cumprem determinação do GDF sobre uso obrigatório de máscaras | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Máscaras

Em Samambaia, onde há 610 casos da doença confirmados, as equipes do DF Legal dispersaram uma aglomeração de cerca de 200 pessoas na Feira do Rolo e retiraram ambulantes na Feira da QR 313. Na Quadra 506, um quiosque com 12 pessoas que jogavam baralho, com direito a apostas, acabou fechado.

Em frente ao Supermercado Supercei, em Samambaia Sul, a operação do GDF concentrou-se na distribuição de máscaras de tecido confeccionadas pela Fábrica Social. Servidores da administração chamavam a população para pegar o equipamento, principalmente pessoas que usavam máscaras mais frágeis, e lembravam que não usar a máscara em locais públicos pode resultar em multa de R$ 2 mil.

O autônomo Edilvar de Sousa, 28 anos, circulava pelas ruas sem o equipamento de proteção, e justificou. “Estou sem trabalhar e só tenho uma que está molhada”, declarou, ao receber duas máscaras doadas pelo governo. “Aqui em Samambaia infelizmente tem crescido o número de casos da Covid-19. Muita gente ainda anda sem máscara e muitos falam que não têm condições de comprar”, completou o administrador regional Gustavo Aires.

A Estrutural lidera os testes positivos feitos pela Secretaria de Saúde nas regiões mais vulneráveis do Distrito Federal – foram 403 registros positivos nos oito dias de Testagem Itinerante. O administrador da cidade, Gustavo Cunha de Souza, defendeu que é preciso conter as infecções para manter o comércio aberto e reabrir outras atividades econômicas. “As pessoas têm que fazer a parte delas.”

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