MT: Artista leva público a passear por “Cartografia Silvafreireana” a bordo do Minhocão

Cuiabá (MT) – Entre ruas da lembrança contidas em poemas de Silva Freire, a artista Mari Gemma Fonteles de La Cruz semeou a concepção da exposição itinerante “Cartografia Silvafreireana”, que será aberta ao público no próximo dia 02.09, na Galeria de Artes Lava Pés, às 19h.

O projeto Circula MT, aprovado pelo edital de incentivo à produção e descentralização artística da Secretaria de Estado de Cultura (SEC-MT), tenta aliar o passado e a contemporaneidade da obra do autor e encontrar núcleos ou unidades de significados que convergissem para seu entendimento, a partir da iconografia da cultura cuiabana.

“Vi que a obra dele possibilitava construir também uma cartografia no imaginário do leitor e acredito que também era essa a intenção por parte dele no momento ao estabelecer as relações afetivas e uma ambiência íntima daquela época, alguns locais, as pessoas, o movimento daquelas décadas de vida e toda a vivência social pode ser transposto para o momento atual”, explica a artista.

Nesse contexto, Mari Gemma percebeu que, quando lia, na sua imaginação vinham imagens com a representação imagética atual. A partir daí foi construindo cenas, fotografando-as como tal ou realizando intervenções, para depois fotografá-las. “O trabalho era fotografar esses locais que eu encontrava e que acho que representam o que Freire via, mas do ponto de vista de documentação ficcional, onde realidade e ilusão se misturam por meio da imagem obtida a partir do reflexo em fragmentos de espelhos”, salienta.

E, assim, entre leituras de poemas, artigos e trabalhos de mestrado e doutorado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e usando imaginação e criatividade para trazer o que ela chama de cartografia Silvafreireana para os dias de hoje, foram surgindo essas ideias e, no momento em que foi publicado o edital da SEC, o projeto foi apresentado. A curadoria está a cargo dos produtores culturais Amanda Gama e William Gama, também proprietário do Mirante das Artes.

Willian destaca que o edital amplia as potencialidades da mostra, levando-as a outros municípios. “É grande o incentivo do Circula MT para os profissionais das artes e para que a arte mato-grossense circule em seu território chegando a outros lugares que mesmo no mesmo solo, tem traços de sua cultura a serem revelados ao público de outros municípios”, ressalta. A exposição segue em cartaz em Cuiabá até o dia 28 de setembro e logo depois segue para outros dois municípios.

“Esta será uma oportunidade de mostrar e valorizar o patrimônio histórico e imaterial enquanto poesia, mas também trabalhar a questão da Educação Ambiental e dar visibilidade a este recorte à obra de Silva Freire”, reforça Mari Gemma.

Para este trabalho ela usa a temática do ‘minhocão’, que também está presente na obra de Silva Freire. Este animal mitológico é um ser da iconografia cuiabana, que tem essa questão de, digamos, “punir” as pessoas que fazem algo ruim. Nessa exposição, ao contrário, será usado como forma de fazer o bem numa instalação que começa a partir dele.

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