“Não veja nada mais importante para o Brasil do que o reequilíbrio fiscal”, diz Rodrigo Maia

Em evento que reuniu autoridades e principais líderes empresariais do País, presidente da Câmara dos Deputados afirmou que a prisão da semana não pode paralisar os trabalhos dos parlamentares

“Tenho defendido com todas as forças a PEC do teto e a reforma da previdência. Essa é a primeira vez que o governo encaminha uma reforma que não tira do bolso do trabalhador”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em Almoço-Debate LIDE realizado nesta segunda-feira (24), no Hotel Grand Hyatt, na capital paulista.

Sob o comando de Luiz Fernando Furlan, chairman of the Board do LIDE, e Roberto Giannetti da Fonseca, vice-chairman, o presidente da Câmara dos Deputados foi o convidado do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais e discorreu sobre “A atuação da Câmara dos Deputados no novo momento do Brasil” para uma plateia que reuniu CEOs, presidentes e outras lideranças da iniciativa privada, junto do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes;dos senadores José Anibal e Aloysio Nunes, os deputados federais Gilberto Nascimento; Bruno Covas; Eduardo Cury; Rodrigo Goulart; além do prefeito eleito de São Paulo, João Doria.

Na abertura do debate, Furlan mencionou que, pela primeira vez, pesquisa do Banco Central divulgada hoje, 24, prevê inflação abaixo dos 7% e perto de 5% para 2017, o que mostra um cenário positivo para os próximos meses.

Em semana decisiva para aprovação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, o presidente da Câmara dos Deputados afirmou que cada um de nós tem grande responsabilidade para com o futuro do país. “Diziam que o PT governou para os mais pobres. Na verdade, o governo do PT enganou os mais pobres. O resultado de toda essa irresponsabilidade é esse: mais de 12 milhões de desempregados, uma recessão não vista por mais de 100 anos, enfim, essa é a herança que temos que enfrentar. Precisamos de muita coragem e deixar o “jeitinho” de lado e ter um compromisso com a aprovação de medidas para equilíbrio de contas do País”.

Conhecida como PEC do teto de gastos, a proposta já foi aprovada em primeiro turno, mas, por se tratar de emenda à Constituição, para ir ao Senado ainda precisa ser aprovada por pelo menos três quintos dos deputados (308 dos 513) em segundo turno, o que está previsto para esta terça (25). Maia fez questão de enfatizar que não vê nada mais importante para o Brasil para retomar o crescimento do que o reequilíbrio fiscal. “Este é um objetivo possível e tenho me empenhado muito nisso. Não podemos deixar que a agenda seja focada na prisão da semana. Todos os poderes precisam definitivamente trabalhar de forma harmoniosa e priorizar os interesses do País, defendendo uma agenda de recuperação em 2017 e de crescimento em 2018”.

Questionado se não estava na hora de o Fundo Partidário acabar, Maia alertou que este é um tema que precisa ser discutido em profundidade. “Precisamos debater sobre como financiar a política brasileira. Não podemos fechar os olhos para a realidade. A eleição tem custos e precisamos encontrar um equilíbrio para atender as expectativas da população e da política”.

Sobre a reforma eleitoral, o presidente da Câmara disse que antes o brasileiro votava em seu candidato e hoje ele não vota em mais ninguém. “Precisamos tentar trabalhar para dar legitimidade à política para conquistar a credibilidade do eleitor novamente e isso passa pela mudança do sistema eleitoral”.

Maia também defendeu que o Estado brasileiro precisa trabalhar fortemente para a queda da taxa de juros, e se diz indignado que a carga tributária brasileira (valor de todos os impostos pagos pelos cidadãos e empresas na proporção das riquezas produzidas no país) esteja em 35%. “O aceitável é que esses tributos das riquezas produzidas pelo país cheguem a 20%, 25% no máximo. E para isso precisamos priorizar os investimentos”, alerta.

Indagado sobre se a Lava-Jato coloca em risco a agenda positiva e as votações, Maia pontuou que as instituições estão funcionando e isso é muito importante. “Não podemos parar nossos trabalhos em função das delações ou das prisões da semana. Temos que nos empenhar para fazer o Brasil retomar o crescimento”, finalizou.

SOBRE O LIDE – Fundado em junho de 2003, o LIDE – Grupo de Líderes Empresariais possui treze anos de atuação. Atualmente, tem 1.700 empresas filiadas (com as unidades regionais e internacionais), que representam 52% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios.

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