“Os anos de 2010 e 2016 representam situações opostas para as empresas. Enquanto em 2010, a economia estava em franco crescimento, em 2016, as empresas enfrentavam os efeitos da recessão. O aumento do número de exportadores mostra a tentativa de os empresários acharem uma alternativa para a crise”, diz Júlio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes.
A maior profissionalização para atuar fora do Brasil também tem contribuído, de acordo com ele, para que essas empresas achem espaço para seus produtos no exterior”.
PEQUENOS
O número de pequenos exportadores, com embarques anuais de até US$ 1 milhão, passou de 694, em 2010, para 837 no ano passado, alta de 20,6%.
É o caso da Tutu Sapatilhas, de Curitiba, que no ano passado teve sua primeira experiência no mercado externo. “Depois de uma apresentação a lojistas em Viena, em 2014, conseguimos exportar um lote de 150 pares de sapatilhas de cetim para lojas da capital austríaca e Salzburgo”, diz Gustavo Krelling sócio proprietário.
A ideia é usar a experiência para estabelecer um plano estratégico de exportações no futuro. “Pensamos em mercados também como Austrália e Estados Unidos. Apesar de ser um produto artesanal, feito à mão, o nosso calçado tem apelo cosmopolita e é bem competitivo no exterior. O calçado brasileiro é muito aceito no mercado externo”, diz.
A empresa tem 13 funcionários – três na sede em Curitiba e mais dez na fábrica, localizada no Rio Grande do Sul.
PARANÁ COMPETITIVO
Muitas das empresas que se instalaram na região também possuem um foco na exportação, como é o caso das montadoras e fabricantes de autopeças. Fabricantes de cimento, como o Margem, que investiu R$ 340 milhões em uma fábrica de cimento em Adrianópolis, na RMC, também já figura na lista de exportadores do Estado.
Das 40 empresas do Paraná com exportações acima de US$ 100 milhões por ano, nove são da RMC – Renault, Volkswagen. Volvo, Caterpillar, CNH Industrial, Aker Solutions, Petrópolis, Robert Bosch e Petrobras.
Os investimentos foram atraídos não apenas pelos incentivos e a mão de obra qualificada, mas também pela localização estratégica, próxima do Porto de Paranaguá, que é o principal canal de escoamento para as exportações.
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