OMS diz que 500 sírios foram atendidos com sintomas de ataque químico

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse hoje (11) que 500 pessoas foram atendidas em hospitais em Duma, a menos de 17 quilômetros de Damasco, com sintomas de exposição a produtos químicos tóxicos e que 70 pessoas que estavam em porões morreram. A informação é da agência EFE.

Pelo menos 43 dos mortos apresentavam “sintomas relacionados a uma exposição a agentes químicos altamente tóxicos”, disse em comunicado a agência das Nações Unidas, após ter revisado as informações fornecidas por entidades com as quais trabalha e que apoia localmente.

Os dados da OMS estimam de maneira mais concreta o número de vítimas do suposto ataque químico em Duma, a principal cidade de Ghouta Oriental, na periferia rural de Damasco.

Duma foi o último núcleo urbano sob controle rebelde, do chamado Exército do Islã, que na última segunda-feira (9) começou a retirar seus combatentes e evacuar a área, após a ofensiva lançada em fevereiro com o Exército sírio e seus aliados (Rússia e Irã) para recuperar a área de Ghouta Oriental.

O suposto ataque químico ocorreu no fim de semana. A OMS confirmou que as possíveis vítimas apresentaram sintomas como irritação severa das membranas mucosas, dificuldades respiratórias e falhas no sistema nervoso central.

“Reivindicamos acesso imediato e sem obstáculos à área para atender os afetados e avaliar o impacto na saúde, assim como para apresentar uma resposta completa em termos de saúde pública”, disse o diretor-adjunto da OMS, Peter Salama.

Desde o início de 2013, foram usadas armas químicas na Síria em pelo menos 35 casos, segundo a Comissão de Investigação da ONU.

A OMS indicou que, durante as investigações forenses relacionadas a esses fatos, não cumpriu “nenhum papel formal” e que quando é denunciado um evento desse tipo, cabe à instituição realizar pesquisas epidemiológicas para iniciar medidas sanitárias de emergência.

Frente a denúncias recorrentes de ataques químicos na Síria, a OMS mantém no país equipamentos de proteção (para ONGs que atuam no atendimento de saúde) e antídotos, que foram distribuídos a hospitais em todo o país.

No ano passado, comboios levaram para Ghouta Oriental, incluindo Duma, antídotos para gás nervoso, como o sarin, mas a OMS lembrou que não há antídotos para o gás cloro nem para o agente vesicante, que ataca a pele.

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