Opinião | Governo de Brasília pode sofrer onda de paralisações no serviço público

Por Ricardo Callado


Sindicalistas que representam de várias categorias do funcionalismo do Distrito Federal ameaçam nova onda de paralisações dos serviços públicos.

Seriam atingidos serviços como o do Metrô, a rede pública de ensino, os serviços do Na Hora chegando a saúde, como o atendimento nos hospitais públicos.

Em 2015, as greves que pararam o DF e hoje correm o risco de voltar. A ameaça dos sindicatos aconteceu após o governo afirmar que cumprirá com o reajuste acordado com as 32 categorias, mas não da forma acertada.

O governo colocou que os servidores deverão escolher entre aumento salarial ou pagamento atrasado. Os representantes dos servidores não gostaram da proposta e dizem não aceitar essa tentativa de pressão por parte do Executivo local.

O Governo de Brasília havia acertado com os sindicatos um prazo de 12 meses, contados a partir de outubro do ano passado.

O governador Rodrigo Rollemberg pediu um tempo para o funcionalismo público. O rombo no caixa herdado pelo governo passado foi colocado na mesa.

Os sindicalistas não tiveram outra saída. A proposta foi aceita. O pagamento da última parcela do reajuste, concedido em 2013, pelo governador Agnelo Queiro (PT) foi transferido para outubro deste ano.

Passaram-se um ano e o Palácio do Buriti apresenta novamente deficit no orçamento na casa dos R$ 890 milhões. O tempo não foi suficiente para por ordem nas contas públicas.

O GDF alega que o reajuste causaria um acréscimo que o Executivo não suportaria e negativaria as contas do GDF em mais de R$ 1 bilhão.

O Buriti também afirma que só cobrindo o déficit para dar os reajustes. Do contrário, um dos reflexos seria o atraso no pagamento de novembro.

A primeira reação veio do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro). No dia 10 de novembro acontece uma assembleia da entidade. Ele irá pressionar pelo reajuste e não aceitam atraso no pagamento de salários.

A saúde também deve parar. Cerca de 23 mil servidores, de 104 categorias, são representados pelo SindSaúde.

A presidente da entidade, Marli Rodrigues, que foi uma das denunciantes de irregularidade na Secretaria de Saúde numa controversa gravação com o vice-governador Renato Santana, afirma que a categoria também prevê paralisação. Para Marli, um ano é uma prorrogação grande para quem já está com a corda no pescoço.

O impacto financeiro dos reajustes é de R$ 100 milhões por mês. O Executivo trabalha para manter o acordo que prevê os reajustes em outubro, com pagamento no mês de novembro.

Se não conseguir, o GDF vai viver dias turbulentos. Greves de servidores não fazem bem nem a sociedade e tampouco a nenhuma governo.

 

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