OPINIÃO | Racha na base aliada abre brecha para oposição entrar no jogo

Por Ricardo Callado


A eleição para o novo comando da Câmara Legislativa do Distrito Federal acontece na quinta-feira (15). A escolha do novo presidente, principalmente, sempre traz indefinições para o Executivo. A vida do GDF nunca foi fácil quando se trata da relação com o Legislativo. Foi assim em vários governos.

 

O retrato de momento são três candidaturas definidas, todas governistas, e um nome da oposição que aparece nos bastidores. Sandra Faraj (Solidariedade), Agaciel Maia (PR) e Joe Valle (PDT) são aliados do governo. A situação do Buriti parece confortável, mas não é.

 

Oposição declarada ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB), Wellington Luiz (PMDB) cresce no racha do governo. Além de ser do partido do presidente do PMDB, Tadeu Filippelli, nome colocado para a disputa do Buriti em 2018.

 

Wellington Luiz costura uma aliança com Joe Valle, que até pouco tempo estava no primeiro escalão do governo. Ele foi o único parlamentar a fazer parte da equipe do governador. Abriu a partir daí a desconfiança e tirou Rollemberg da zona de conforto.

 

Nos próximos dias começa a temporada de traições. É bom o governo ficar alerta. A eleição de presidente da Câmara vai refletir na sucessão de Rollemberg.

 

O PDT, do presidenciável Ciro Gomes, também almeja lançar um nome próprio ao governo.

 

Agaciel é do mesmo partido do ex-governador José Roberto Arruda e do deputado Bispo Renato Andrade, ambos oposição ferrenha ao GDF.

 

E Sandra Faraj é governista, mas com amplo diálogo em todas as vertentes da Câmara, onde o Buriti não consegue chegar. O governo a considera independente, mas não tanto.

 

Dá para compor com todos? Claro que não. Com alguns é viável, até porque já estão na base de governo.

 

O que o governador tem que pensar no momento e como terá que agir é que deve ser levado em conta no Buriti. A oposição está crescendo, e o GDF deve acender o alerta.

 

Rollemberg precisa de um candidato que, mais que aliado, tenha uma carta de compromissos e prioridades para os próximos dois anos. Uma agenda política que seja boa para a Câmara e para o governo. E, assim, será bom para a sociedade.

 

A plataforma de candidatura deve ser discutida entre os deputados e o próprio governo.

 

É preciso resgatar a imagem da Câmara. O governo erra em apostar e promover o desgaste do Legislativo. Seus pensadores não levam em consideração que se trata de uma estratégia bumerangue. Quando se fragiliza o Legislativo, o Executivo é também atingido. E nem o apoio do Judiciário e do Ministério Público consegue salvar o governo dos desgastes político e popular.

 

A Câmara Legislativa precisa de uma liderança que venha resgatar a imagem da Casa. Que tenha compromisso e os cumpra.

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