Projeto da Penitenciária Feminina de Teresina prepara nova peça teatral

O lançamento do novo espetáculo está previsto para o mês de novembro deste ano.

Peça Cartas de Minha Vida( Foto: Ascom Sejus)

Após o sucesso do espetáculo teatral Cartas de Minha Vida, inclusive com repercussão em rede televisiva nacional, o projeto de teatro da Penitenciária Feminina de Teresina, Mulheres de Aço e de Flores, trabalha em uma nova peça de teatro que, assim como a primeira, se baseia na vida e obra da pintora mexicana Frida Kahlo.

Fazem parte do grupo de teatro da unidade prisional feminina da capital 82 detentas. De acordo com o ator e arteeducador Valdsom Braga, coordenador do projeto, o novo espetáculo, cujo nome é A Frida que Mora em Mim, vai falar das feridas sentimentais que as mulheres carregam e que não conseguem cicatrizar.

“Vamos abordar assuntos como a violência doméstica e o abuso sexual contra a mulher. Toda essa linguagem da própria vida de Frida Kahlo será usada mais uma vez como referência à história de vida das reeducandas”, explica Valdsom Braga. A Penitenciária Feminina de Teresina tem, hoje, cerca de 160 mulheres privadas de liberdade.

O coordenador do projeto explica, ainda, que as reeducandas que vão participar do novo espetáculo estão sendo selecionadas a partir de dinâmicas de grupo desenvolvidas nas atividades cotidianas do grupo Mulheres de Aço e de Flores. O lançamento da nova peça está previsto para o mês de novembro deste ano.

A reeducanda Islane Maria é uma das que já faz parte grupo de teatro e se candidatou a participar do novo espetáculo. “Eu entrei depois e o Valdsom me convidou para fazer o texto do Cartas de Minha Vida. Gostei muito e quero continuar no projeto, porque estou gostando muito desta experiência”, relata Islane.

No espetáculo A Frida que Mora em Mim, diferentemente de Cartas de Minha Vida, a personagem que interpreta Frida Kahlo passa a ser figura central do espetáculo. “É uma forma de despertar a sociedade para as questões feministas. Frida foi uma grande revolucionária do século XX e estava à frente nesse cenário”, ressalta Valdsom Braga.

Projeto de teatro está sendo desenvolvido na Penitenciária Irmão Guido

Peça Cartas de Minha Vida( Foto: Ascom Sejus)

Dentro do programa de humanização e ressocialização por meio do teatro e da cultura, promovido no sistema prisional pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), o projeto teatral, também coordenado pelo ator Valdsom Braga, está sendo desenvolvido na Penitenciária Irmão Guido, que custodia homens privados de liberdade.

“Conseguimos mais um avanço e demos início ao projeto Espelho da Realidade, trabalhando, agora, o público masculino do sistema penitenciário. São 15 reeducandos que estão sedo preparados, na Irmão Guido, na construção dos personagens para montar um trabalho que eles vão apresentar no Theatro 4 de Setembro”, explica Valdsom.

De acordo com o coordenador, o nome da peça teatral dos detentos na Penitenciária Irmão Guido será O Último Julgamento, tratando da realidade do cárcere, a vida dos homens dentro dos presídios, as dificuldades trazidas pela privação de liberdade, a relação com a família e a expectativa pelo retorno ao convívio social.

Para o secretário de Estado da Justiça, Daniel Oliveira, é preciso pensar o sistema prisional como uma etapa de transformação, em que, segundo ele, o indivíduo, na medida em que cumpre a pena por um crime que cometeu, deve estar apto a se preparar para retornar à sociedade e longe da criminalidade.

“Esses projetos são uma ponte por meio da qual proporcionamos às pessoas em privação de liberdade nas penitenciária do Estado o amparo psicossocial que permita a elas vislumbrar uma nova vida, sobretudo fora do mundo do crime e da violência”, observa o secretário da Justiça.

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