Realidade das contas públicas do GDF é apresentada a sindicatos de servidores

Secretário de Fazenda e chefe da Casa Civil expõem o caixa e a folha de pagamento do governo de Brasília para atestar escassez de recursos

Para ampliar o diálogo com os servidores públicos do governo de Brasília, o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, e o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, reuniram-se nesta sexta-feira (18) com representantes de sindicatos da categoria.

O objetivo do encontro, no Palácio do Buriti, foi apresentar a situação delicada das contas públicas e explicar a falta de recursos para aumentos salariais no momento.

No início da gestão, o governo herdou um passivo de R$ 2,4 bilhões. Parte desse valor já foi paga e até dezembro o saldo negativo deverá baixar para R$ 1,1 bilhão. “Não conseguimos pagar uma dívida deste montante de uma única vez. Nossa meta é chegar no final de 2017 devendo no máximo uns R$ 500 milhões e liquidar o restante até o meio de 2018”, explicou o titular da Fazenda.

Segundo o levantamento apresentado pela secretaria na reunião, as despesas em 2016 chegaram a R$ 19.692.455.305,02. Desse valor, R$ 14.210.514.143 são destinados a despesa de pessoal, o que equivale a 72,16% do total despendido, conforme a contabilidade disponibilizada no Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo).

Os recursos da receita de Brasília são oriundos de transferências do Governo Federal e de recebimento de tributos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Fleury acrescentou que a folha tem crescimento vegetativo anual de cerca de 3%, mesmo quando não há reajuste. “Isso ocorre porque o servidor recebe promoções na carreira, se tiver concluído uma graduação, ou uma pós-graduação, por exemplo”, observa.

Segundo o titular da Fazenda, este ano o gasto salarial deverá ter aumento de R$ 600 milhões em comparação com o ano passado.

Durante a reunião, representantes do sindicato questionaram as planilhas apresentadas pelo governo, a ausência de reajuste salarial, as condições de trabalhos e outros temas.

“O governo não consegue viver só de pagar salários”, afirmou o secretário, ao explicar que recursos também são necessários para investimentos e manutenção. “Havendo uma possibilidade de fazer reajustes, a gente vai fazer. Mas no momento, não tem dinheiro em caixa”.

Fleury se prontificou a fazer novas reuniões e abrir os resultados do Siggo com os dados públicos. Para os próximos encontros – ainda não marcados -, ele deverá enviar os dados aos sindicatos antes da reunião.

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