A educação precária agrava desigualdades

Por Rubens F. Passos

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) acaba de apresentar os resultados de seu relatório anual, relativo a 2016, intitulado Panorama Social da América Latina. O estudo aponta, infelizmente, que o ritmo de redução das desigualdades socioeconômicas voltou a ser mais lento, revertendo tendência que vinha sendo observada no decênio passado.

Outro alerta do trabalho é que a distribuição de renda é somente uma das dimensões da desigualdade. Considerando essa questão, a CEPAL recomenda, com ênfase, ser necessário impulsionar mudanças estruturais progressivas na América Latina e Caribe, no sentido de que os países da região, incluindo o Brasil, consigam gerar empregos de qualidade, níveis mais elevados de produtividade e melhores remunerações no.

O diagnóstico, sem dúvida, é muito correto. Para atingir esses objetivos, contudo, as nações latino-americanas, que, com raras e honrosas exceções, primam pelo descaso com a educação, precisam promover um choque de qualidade no ensino público. Este é a base da igualdade de oportunidades e da possibilidade de formarmos novas gerações com melhor capacitação técnica e acadêmica.

Texto da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), referente ao lançamento do Relatório de Monitoramento Global da Educação, é conclusivo e emblemático ao referendar o papel do ensino na redução das desigualdades: “Para embarcar na nova agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é preciso que todos reflitamos sobre o propósito principal do aprendizado ao longo da vida. Porque, se realizada corretamente, a educação tem um poder maior do que qualquer outro elemento para forjar cidadãos empoderados, reflexivos, engajados e hábeis, que sejam capazes de traçar o caminho para um planeta mais seguro, ecológico, desenvolvido e justo para todos”.

Assino embaixo e espero que as autoridades brasileiras responsáveis pela educação também o façam!


*Rubens F. Passos, economista pela FAAP e MBA pela Duke University, é presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (ABFIAE) e presidente do Conselho da Enactus Brasil.

 

Seja o primeiro a comentar on "A educação precária agrava desigualdades"

Faça um Comentário

Seu endereço de email não será mostrado.


*