Por Andreia Verdélio
Há relatos de confrontos entre manifestantes e forças de segurança nas ruas da capital do país, Caracas, após Guaidó afirmar que tem o apoio dos militares para, segundo ele, conseguir “o fim definitivo da usurpação” do governo de Nicolás Maduro. A partir da divulgação do anúncio de Guaidó pelas redes sociais, venezuelanos contrários e favoráveis a Maduro tomaram as ruas da capital venezuelana.
De acordo com Heleno, apesar de não se verificar uma movimentação militar na Venezuela, Guaidó anunciou um maciço apoio das forças militares, mas ainda é incerto a qualidade e a quantidade desse apoio. “Logo depois, isso foi colocado na dimensão correta, havia um certo apoio das forças armadas, mas não chegava a atingir os altos escalões, isso ficava num escalão mais baixo”, disse o general do GSI. “O que tem parecido é que esse apoio tenha algum valor quantitativo, mas qualitativo ele ainda não foi expressado. Não teve nenhum chefe militar que a gente tivesse assistido ou ouvido em um apoio explícito ao presidente Guaidó”.
Para o ministro, após relatos de confrontos leves entre a população civil, “estilo briga de torcida, de jogar pedra um no outro”, houve um agravamento da situação quando carros blindados se lançaram contra a população a pé. Um ato de covardia, segundo Heleno. “É o tipo da coisa surpreendente. Pode ser uma demonstração de desespero ou pode ter sido decisão daquele comandante”, disse.
Apesar de contar com apoio das forças armadas, para o general do GSI, Maduro está “evidentemente” mais enfraquecido do ponto de vista de apoio popular. Também é incerto, segundo ele, como está o movimento no interior do país ou na fronteira com a Colômbia.
Posição brasileira
De acordo com o ministro do GSI, o Brasil mantém a sua posição de apoiar Juan Guaidó, condenando o governo de Maduro, “por ser uma ditadura”, e “esperando que o povo venezuelano tome alguma providência ou que as forças armadas mudem de posição e venham adotar uma postura anti-Maduro”. “Não vamos intervir militarmente”, ressaltou Heleno, “É um preceito constitucional que o Brasil vai manter, de não interferir em assuntos internos”.
A fronteira do Brasil com a Venezuela continua em estado de alerta, segundo o ministro, e a Operação Acolhida do governo brasileiro continuará atendendo refugiados venezuelanos.
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