Lideranças provocam a criação da Política de TI no DF

Assim como diversas palavras no vocabulário brasileiro, o conceito de provocar sofreu um descrédito, um sentido pejorativo atrelado às inúmeras e más intencionadas manifestações populares – sejam elas de cunho político, social ou moral. A provocação não é ruim. É um ato humano de incentivar mudanças ou ações. É uma força de impulsionar algo que estava inerte. 

O resgate desse termo é exatamente como classifico a atitude dos líderes da Tecnologia da Informação e da Indústria brasiliense ao comparecer em peso na mostra Brasília + TI, evento realizado na Câmara Legislativa no início deste mês. 

Foram mais de 72 horas, de programação exclusivamente voltada ao debate de temas relevantes, como inteligência artificial, robótica, internet das coisas, blockchain, bitcoins, fontes de fomento e diversos assuntos inerentes ao universo da produção, pesquisa e criação tecnológica como propulsora da economia local. 

Há tempos, os representantes de setores produtivos vêm – individualmente – levantando a bandeira de que a cidade precisa mudar o foco econômico para sobreviver ao buraco sem fundo que caiu com a crise global. 

Pela primeira vez reunidos, os líderes do setor, acadêmicos, investidores, a nova geração – representada pelas startups – conseguiram provocar o Legislativo, ecoar no Executivo, e receber o inédito comprometimento dos deputados pela criação de uma Política de TI no DF, pela qual registramos nossos agradecimentos ao envolvimento pessoal dos deputados Joe Valle (presidente da CLDF), Cláudio Abrantes e Professor Israel Batista. 

Ao sair dos bastidores e ocupar os ambientes de decisões da Casa Legislativa do Distrito Federal, a Indústria de Tecnologia convidou o povo a se unir em campanha organizada pelo planejamento sustentável da cidade. 

Provocamos os nossos parlamentares e trouxemos também um fôlego novo à Casa. Se antes 80% dos debates legislativos giravam em torno dos altos gastos, seleção deficitária e pouca fiscalização dos Recursos Humanos do Executivo, agora a CLDF volta os olhares a questões práticas e progressivas. 

Enquanto a alta cúpula do Executivo se ocupa em melhorar a imagem, que hoje conta com 73% de reprovação, a Câmara Legislativa do DF se consolidou como amiga da TI, um setor crescente, cuja crise mostrou-se frágil se comparada aos demais setores da economia. 

Paralelamente, mostramos nossa cara. As marcas, a produção, a inovação brasiliense estiveram expostas para aqueles que até então desconheciam o potencial guardado nas paredes de nossa indústria. Seja por falta de empatia do público ou pela timidez do mercado, nunca antes tivemos tal oportunidade de exibir a produção genuinamente local, antes restrita ao ambiente especializado de negócios.

A independência da União e os novos horizontes do mercado de trabalho são hoje o principal mote para o empreendedorismo. Em pouco tempo, os modelos de geração de renda, emprego e lucratividade serão revistos. Se Brasília não passasse por esse processo de despertar da inércia dos cargos públicos, teríamos problemas estruturais irreversíveis em nossa base econômica. 

Os temas atuais nos fizeram refletir sobre o futuro. Pela primeira vez, temos a convicção de que os pensamentos ali expostos serão levados adiante, em forma de lei e benefícios para toda uma economia, para toda uma cidade. 

Sou orgulhoso de ter feito parte deste primeiro passo. Ao mesmo tempo, provocamos uma reflexão de mudança de diretrizes e de conceitos pessoais na esfera política e social. Alcançamos os legisladores, mas também incluímos a sociedade nesse ciclo de transformação gradativa. 

Agradecimentos especiais à equipe do Sindicato das Indústrias da Informação do DF (Sinfor/DF), Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei/DF), Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do DF (Assespro/DF), Associação de Startups e Empreendedores Digitais (Asteps/DF), Tecsoft e Câmara Temática de TI. O evento também contou com o precioso apoio do Sebrae/DF e da Fibra.

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