Saúde estrutura atenção secundária da rede pública

Atendimentos serão regulados pelas unidades básicas de saúde e caracterizam um nível intermediário entre atenções primária e terciária

A organização da rede pública de saúde a partir do fortalecimento da atenção primária está cada vez mais avançada no Distrito Federal. O Executivo local atualmente acelera a fase de estruturação da atenção secundária, que será regulada pelas unidades básicas de saúde (UBS).

Integrarão o novo modelo:

  • 13 policlínicas
  • 13 Centros de Atenção Psicossocial (Caps)
  • Dois Centros Especializados em Reabilitação
  • Um Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão
  • Um Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica
  • O Hospital Dia
  • O Adolescentro

Esse conjunto de equipamentos tem um papel complementar às unidades básicas, que são a porta de entrada da rede.

“Com a estruturação da atenção secundária, a gente consegue cobrir todos os níveis — e com todas as especialidades necessárias”, resume o coordenador da Atenção Especializada da Secretaria de Saúde, Fernando Uzuelli.

De acordo com ele, na atenção primária, conseguem ser resolvidos 85% dos casos que chegam à rede. “Os 15% que a literatura mostra que precisam de uma atenção adicional, em um nível maior de complexidade, podem ser atendidos em um nível secundário ou terciário”, explica.

Nas 13 policlínicas, serão oferecidos cuidados para saúde da criança e da mulher e para doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes e hipertensão

Uzuelli destaca que o nível secundário consegue resolver de 10% a 15% dos casos. “Temos um percentual inferior a 5%, que é o que em geral deve demandar o nível terciário.”

O encaminhamento para a atenção secundária será feito a partir da unidade básica de saúde (UBS). Nas 13 policlínicas, por exemplo, serão oferecidas pelo menos três linhas de cuidados — para saúde da criança e da mulher e para doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes e hipertensão.

Outras duas linhas são destacadas como preferenciais, mas não são obrigatórias: práticas integrativas em saúde e doenças infectocontagiosas. O último caso é o único que não precisa ser regulado pela unidade básica de saúde de referência do paciente, devido ao sigilo.

Equipe multiprofissional constrói plano de cuidado

No novo modelo, o paciente será avaliado por mais de um profissional, e, depois de atendido, terá seu plano de cuidado, construído pela equipe multiprofissional, encaminhado à unidade básica de saúde de referência, que monitorará a situação e será responsável pela atenção ao usuário.

É o que já ocorre na Policlínica do Paranoá, que tem a linha de cuidados para doenças crônicas já estabelecida, por enquanto para pacientes diagnosticados pelas equipes do Itapoã.

No local, são atendidos pacientes de alto e muito alto risco, com acompanhamento de uma equipe com dois cardiologistas, dois endocrinologistas, um oftalmologista, um neurologista, um psicólogo, dois enfermeiros e um técnico em enfermagem. O grupo ainda deve receber um assistente social e um farmacêutico clínico.

Os profissionais ainda auxiliam, se necessário, o atendimento das equipes de saúde da família, que também são responsáveis pelos casos de baixo e médio risco. Atualmente, mais de 300 pessoas são atendidas no ambulatório de doenças crônicas.

De acordo com a responsável pelo espaço, a gerente de Assistência Clínica do Hospital da Região Leste — antigo Hospital Regional do Paranoá —, onde a policlínica funciona, Raquel Bevilaqua, as visitas ao ambulatório ficam menos frequentes com o passar do tempo. “Já percebemos muita melhora clínica dos pacientes, inclusive com parâmetros laboratoriais.”

Níveis de atendimento além da atenção primária

A adequação da atenção primária no modelo da Estratégia Saúde da Família é o primeiro passo para a organização de todas redes. Exemplo disso, além da organização da atenção secundária, é a Portaria n° 386, que, entre outras coisas, reorganiza o atendimento nos prontos-socorros do DF.

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